O compositor baiano Dorival Caymmi pergunta na canção“Você já foi à Bahia, nega? Não? Então vá!” Estava certíssimo. A Bahia tem seus encantos e nunca decepciona o
turista. Agora, pergunto eu: você já foi à Suíça? É casado e gosta de banhar-se sozinho, tranquilamente? Então, é bom refletir antes de viajar.
A Suíça se notabilizou pelo seu sistema bancário, para onde eram canalizadas fortunas de origem duvidosa. Por outro lado, quem nunca ouviu falar da precisão dos relógios
suíços? E o saboroso queijo Emmental, todo furadinho que dominou a culinária de finos restaurantes? Sim, a Suíça também tem seus encantos. Porém, surgiu uma novidade imposta à
população, mais precisamente às pessoas casadas, por decreto governamental. Carece explicação.
A Suíça vem enfrentando uma crise energética sem precedentes, e por isso a ministra do Meio Ambiente, Simonetta Sommaruga, baixou um decreto determinando que,
doravante, duas pessoas dentro da mesma casa, devem tomar banhos juntas. A grita foi geral, críticas da maioria da população achando que o ato da ministra incentiva “práticas imorais”; por
outro lado, muitos considerando anti-higiênico e um bom bocado entendendo bastante excitante a nova ordem de asseio em dupla.
Muitos suíços preocupados com o inverno que não dá mole, protestaram. A ministra fincou pé, mas cedeu um pouquinho. Disse que o decreto vale para apenas para marido e
mulher. E a pergunta que se faz: quem fiscalizará? Fico imaginando um decreto desse aqui no Brasil. Vagas seriam abertas pelo governo para o cargo de fiscal de banho conjugal. Como atuariam
nessa fiscalização? Pelo buraco da fechadura? Ou valeria uma declaração assinada pelo casal – com firma reconhecida em cartório -, atestando que tomaram banhos juntinhos? Não sei, a coisa poderia rumar para o banho de cuia ou, quiçá, o banho tcheco.
Resta agora, ao casal suíço, ensaboar-se mutuamente e tomar cuidado na hora de apanhar o sabonete
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