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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Erasmo e Roberta

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publicado em 22/11/2022 às 16h53
atualizado em 22/11/2022 às 14h04

Estamos perdendo nossos idosos. Pior não é sobre a dor da perda, é sobre ser o melhor que podemos com quem consegue ser o pior que pode.

O Brasil está dividido. Erasmo zarpou em meio ao caos em que estamos atolados. Isso é muito triste. A morte de um artista deixa uma lacuna grande, mas sabemos que felicidade vem e passa. Mais passa do que vem.

Domingo fiz uma postagem com Roberta Close, e coloquei a música que Erasmo fez para ela, lembro até do clipe que foi feito na época. Erasmo diz na música – “Quase que ela engana a minha zoom, seu pecado mais comum, uma pinta nos lábios carnudos e um par de seios fartos e desnudos. Uma maravilha de pequena carioca sena, super vitamina pros reflexos, tão complexos de ambos os sexos”.

Impressionante que nos anos 80, tudo era melhor que hoje, bem melhor. Não que hoje o preconceito tenha cessado, não, mas um close nela foi um estrondo do Tremendão.

Muitos closes se passaram e Roberta Gambine Moreira, hoje é uma mulher realizada e feliz. Dona de casa, morando em Zurich e falando cinco idiomas (português, francês, italiano, inglês e alemão).

Erasmo era parecido com Caetano Veloso, tinha uma humanidade exacerbada, falava rindo. Fiz duas entrevistas com ele, que mostrava simplicidade para o entrevistador.

Seja como for, Erasmo promoveu Roberta Close, promoveu outros artistas e agora já está Lá. E nos deixou sua música, como último prazer, o de ouvir o brilho do som, que se espalha pela estrada dando resposta a ecos, do cara que não está mais sentado à beira do caminho. Valeu, Erasmo. A vida segue entre caminhões e carros apressados a passar por nós.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB