João Pessoa, 26 de maio de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A ofensiva do regime sírio sobre a cidade de Hula, na província central de Homs, já deixou pelo menos 90 mortos, segundo informaram neste sábado (26) os grupos da oposição síria.
Em comunicado, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (ODSH) assinalou que 25 dos 90 falecidos nos ataques das últimas 24 horas são menores de idade.
Grupos de ativistas postaram vídeos na internet, cuja autenticidade não pôde ser verificada, mostrando um quarto com os corpos de mais de uma dezena de crianças que teriam morrido em Hula. Mais tarde, a TV estatal veiculou as mesmas imagens afirmando que se tratavam de vítimas de um ataque "terrorista", e não comandado pelo governo.
Nas últimas horas, dezenas de residentes do bairro de Teldo, nessa mesma cidade, começaram a deixar suas casas e partiram rumo ao campo depois de as forças armadas terem retomado os disparos com metralhadoras pesadas.
Para os Comitês, a última ação sobre Hula, que viveu grandes manifestações contra o presidente Bashar al-Assad no dia anterior, é "um sinal da perda de autocontrole" do regime.
"Lamentamos a aparente cegueira da comunidade internacional perante o derramamento de sangue, e acreditamos que o Conselho de Segurança da ONU tem responsabilidade devido a sua incapacidade de proteger os civis", assinalaram os Comitês em comunicado, no qual convocaram a população a um luto nacional de três dias.
"O Conselho Nacional Sírio urge que o Conselho de Segurança da ONU chame uma reunião de emergência (…) para determinar a responsabilidade das Nações Unidas em face dos homicídios em massa", disse Bassma Kodmani, porta-voz do conselho.
A violência persiste no país, apesar da presença dos observadores internacionais encarregados de verificar o cumprimento do plano de paz do mediador internacional Kofi Annan, que estabelece o fim das hostilidades entre as partes.
De acordo com dados da ONU, desde março de 2011, mais de 12 mil pessoas morreram na Síria devido à violência, cerca 230 mil se tornaram refugiadas internas e mais de 60 mil procuraram abrigo em países limítrofes, como Turquia e Líbano.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024