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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Depois de Erasmo,

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publicado em 26/11/2022 ás 07h00
atualizado em 26/11/2022 ás 08h43

(em memória de Walter Galvão)

Gigante Erasmo, mas me parece que morreram todos nas palavras outras, entre uns e outros. Uma amiga disse que ele representou sua juventude e eu ainda estou sentado à beira da estrada, embora o caminho seja outro.

Eu sempre gostei mais de Erasmo. O Roberto se parece com ele mesmo, se multiplicou,  mas o show é sempre o mesmo. Erasmo cantou Copacabana, essa semana o mar sou eu, de Belchior. Erasmo é daqueles nos deixam ventos solares.

No compasso musical  em que antes se via faunos e feras dançar, garotas, brotos, através de imagens infinitas, nessa lenda cerimônia do adeus, marcaram a obra de Erasmo.

A gente segue as tardes de domingo, quando caminhamos com o amor que nos faz respirar. Não está sendo fácil.

Liberto na sombra de alguma árvore, como a flor do vento que levou Erasmo Carlos 81 anos, poderia ir bem mais, mas oito décadas é bem pertinho da maré.

Meu filho disse: “Erasmo morreu, em plena Copa e aí o foco será desviado”. Erasmo era entusiasmo e fez muitos gols.

Por ter sido roqueiro, por ter permanecido roqueiro, Erasmo era a memória viva e pura da música brasileira, nessa cena copiada da sua ida  – por tudo o que fez por nós seres ancorados ao largo dos caminhos.

Erasmo e o broto no portão.

Quantas navegações ainda teremos de Cafarnaum a Ômega, indaga lá do outro mundo, o espírito luminoso de Sitônio Pinto.

Caleidoscópio. O iê-iê-iê. Era isso, era Erasmo Carlos, um caleidoscópio cheios ondas, mares e Tijucas, entre o ázimo e os faróis do calhambeque do Roberto, que vão nos acordando para outro baque.

Erasmo nas curvas da Estrada de Santos, tinha a força da mulher, vislumbre figura que é a mulher, desses olhos inundados de amor, apesar de mandar em todos nós homens, menos nos assassinos.

Com essa eterna possibilidade de cantar, Erasmo ficou em nossas cantigas.

Lendo os mapas, os castelos, os leros até uma rara estrela cadente, porque precisamos sempre de uma mulher para chamar de dona da gente, mesmo que seja eu.

Erasmo era quem fazia o Brasil tremer, o resto é arruaça.

Kapetadas

1 – Nunca é demais lembrar que o Richarlison jogou a Copa América com uma chuteira em homenagem à ciência, depois fez um leilão da chuteira e doou o valor pra galera da USP que fazia pesquisa sobre Covid.

2 – -Papai pq meu nome eh assim?? -dps eu te explico richarlison pombo hexa da silva.

3 – Los Etruscos hace 2500 años faziam sexo, muito sexo.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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