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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

Água de beber

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publicado em 28/11/2022 às 07h00
atualizado em 27/11/2022 às 13h38

Aquela sede violenta, que não deixa você pensar em mais nada além de beber.

Aquela que não se satisfaz ao tomar só um copo. Faz virar o pote.

Aquela que não é saciada por qualquer água.

Ela precisa estar armazenada no recipiente correto. Caso contrário, seu sabor estará alterado, torna-se intragável.

Precisa estar na temperatura correta, nem quente que não refresque, nem gelada que  doa a garganta.

A quantidade também é importante. De menos não serve, vai apenas disfarçar a vontade. Demais é desperdício, não servirá mais ao seu propósito.

Você acorda  no meio da noite. Ela foi mais forte do que o sono. Chegou a fazer parte do sonho. Rios e rios corriam.

Você ainda cogita se levanta ou não. Talvez ela possa ser ignorada. Talvez o sono prevaleça.

Não há trégua. Já acordou. Agora, pé ante pé, você se rende.

Ao primeiro gole, você sente que valeu a pena.

Talvez não consiga mais voltar a dormir e, quando menos perceber, o galo estará cantando e o sol já terá acordado também.

Mais um dia. E você sentirá sede novamente neste novo dia. Sim, ela só se satisfaz momentaneamente. Mas, agora, já sabe que não pode lutar contra ela.

Essa sede! Essa sede de vida!

Ela nos acorda de manhã, à tarde e no meio da noite. Descansando ou em vigília.

Ela nos lembra todas as horas que o tempo está passando…

E que, por mais que você queira levar na valsa, ela tem pressa, porque é fugaz.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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