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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Duas bailarinas

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publicado em 06/12/2022 às 07h00
atualizado em 06/12/2022 às 06h01

Duas bailarinas, duas sinas, palcos e aplausos: Tatiana Leskova, chega nesta terça-feira (06) aos 100 anos e a paraibana Tathiana Rangel,  ainda é uma menina.

A primeira é clássica, a outra segue a modernidade nos passos em caricias do corpo, uma deusa, dançando na chuva, exercendo-se plena de poesia, de sensualidade, e convém a sorte do trevo que carrega no corpo, a sorte de ter nascido bela e sobre os pés, o mundo.


A dança de Tathiana Rangel é uma subversão brasileira a se confundir com os indiscretos pingos de chuva sobre seu corpo, que é algo além, o essencial para matar a sede e a avidez.
Essencial é escrever sobre ela no dia do centenário de Tatiana Leskova, anunciando que temos uma bailarina e, somente ela, seu corpo que fala a transgredir o ponto luminoso de ser o que é.

Fui procurar uma, a nossa, e esbarrei na outra, a russa/brasileira Tatiana Leskova, guardiã da tradição da escola de balé russa, cuja história já virou livro de Suzana Braga, “Uma bailarina solta no mundo”. Vou escrever a história da nossa bailarina Tathiana Rangel.

Quem sabe a sapatinha singular, condutora de propósitos da bailarina Tathiana em cena, indique novos caminhos. Eu vejo. Tathiana Rangel faz com que o dia seja menos sofrido, por esses trópicos.

Tathiana Rangel acrescenta imaginação e beleza, alguma magia no eco do silencio, que é abissal, pelo Sinal da Santa Cruz cem mil anos luz.

Tathiana Rangel muda tudo, se transforma em algo além do amém, porque dançando, ela nos arrasta para gozos imaginários de quem sabe dançar a vida e não a morte, então, seja como tem de ser, o amor e a devoção por essa bailarina.

Que nada se atreva ou sequer silencie-se a leveza dos passos da bailarina macunaímica ou seja condescendente. Há tanto modo ínvio de se estar vivendo e escrevendo sobre ela.

A crítica que não se meta no show da bailarina.

Deveria ter dito isto há mais tempo. Pronto disse.

Kapetadas
1 – Um é pouco, dois é bom, três é bom demais da conta e 4 nem se fala. #BrasilHexa
2 – Ou agrega ou não faz parte. Na dúvida, decida do lado de fora.
3 – Som na caixa: “Todo mundo tem, um primeiro namorado, só a bailarina que não tem”, Chico B.

Senhora Leskova

Tatiana Leskova nasceu na França no dia 6 de dezembro de 1922. Filha de pais russos, que se exilaram em Paris durante a Revolução Russa, ela se identifica como “uma bailarina solta no mundo” (inclusive esse é o título de seu livro), pois tem suas raízes na Rússia e na França e tem muito carinho pelo Brasil, onde mora hoje.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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