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Titular em Letras Clássicas, professor de Língua Latina, Literatura Latina e Literatura Grega da UFPB. Escritor, é membro da Academia Paraibana de Letras. E-mail: [email protected]

Histórico prélio

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publicado em 08/12/2022 ás 11h22
atualizado em 08/12/2022 ás 11h23

Não é todo dia que a Fortuna bate à porta dos combatentes. Passados alguns anos, Portugal e Marrocos têm a oportunidade de novo grande embate. A equipa lusitana, com sua tradicional camisola vermelha enfrentará a equipa moura, em um relvado nada neutro, no Qatar, um apêndice da Arábia Feliz, no Golfo Pérsico. É a oportunidade de, através de golos, reverter a última derrota acontecida em Alcácer-Quibir, onde, depois de uma batalha épica de três dias, desapareceu o seu grande capitão, D. Sebastião.

Será, sem dúvida, um prélio mui difícil, haja vista a disposição da equipa marroquina, de virar a série de enfrentamentos a seu favor, vez que luta, novamente, em campo favorecido, ainda que seja na distante Península Arábica, tendo os circunstantes como grandes aliados, circunstantes que estão juntos desde a hégira maometana.

Motivados pelo espírito de Tarik e destinada a queimar os navios, a equipa moura, vai para a terceira partida, denominada a “negra”, em campo que deveria ser neutro, mas não é. Derrotados em Ourique, pelo grande capitão D. Afonso Henriques, que organizou e fundou as bases do time lusitano, os marroquinos derrotaram, por sua vez, D. Sebastião, em Alcácer-Quibir.

Dom Cristiano Narciso Ronaldo, mais conhecido como CR7, é o novo capitão lusitano e tem certo brilho como gajo, mas não tem carisma e paciência para exercer a liderança, brigando o mais das vezes, por dá cá aquela palha, com o seu conselheiro-mor, sendo, por conseguinte, punido a apreciar a batalha, em lugar de dela fazer parte. O novo capitão da esquadra lusitana, tentará levar sua equipa a uma vitória mais do que desejada. Talvez isto ajude os patrícios a saber o paradeiro do nunca demasiado lastimado e pranteado D. Sebastião, de quem muitos ainda aguardam, ansiosos, a volta.

Não se pense que o embate sejam favas contadas. Os lusos, se quiserem alcançar êxito, deverão inspirar-se na verdade do Galo de Barcelos, e terão de dar o máximo de si, pois como dizia um grande vate das letras Lusíadas, “as coisas árduas e lustrosas, se alcançam com trabalho e com fadiga”. Não vão, por questiúnculas de somenos, atirar a camisola às malvas. É preciso reagir como os cavaleiros d’antanho, mostrando força e liderança ante suas hostes ou irão, mais uma vez, dar razão ao vate: “Um fraco rei faz fraca a forte gente”. Que façam valer o coração português da boa raça dos godos.

Outrossim, a brava e fera equipe mourisca acaba de infligir uma derrota aos orgulhosos espanhóis, também antigos desafetos, vingando a derrota de seus compatriotas nas terras Andaluzas, depois da queda do esquadrão de Boabdil para um combinado de Aragão e Castela.

A sorte do Portugal de Aljubarrota estará escrita nas pontas de lanças, como outrora se encontrara nas puas das maças d’armas.

A do Marrocos vê-se escrita na força de Tarik, tomando as Colunas de Hércules (foto) e impondo-se aos Lusos.

De qualquer sorte, as duas equipas, como diz o grande romancista histórico “semelham o tigre e o leão no circo, abraçados, despedaçando-se, estorcendo-se enovelados, sem que seja possível prever o desfecho da luta, mas tão-somente que, ao adejar a vitória sobre um dos campos, terá descido sobre o outro o silêncio e o repouso do aniquilamento”.

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