Perguntaram-me, outro dia,  o significado desta frase que tatuei no braço… aliás, quem a vê, sempre pergunta.

Ser corajosa. Ser brava. Ser guerreira. Características que a mim foram essenciais desde sempre.

Ser doce. Ser gentil. Ser terna. Características que a mim sempre foram inerentes, mas, que a vida, em algumas fases, quis roubar.

Dominar o medo todos os dias.

Descobrir a cada amanhecer uma nova cota de força. Pois estar derrubada junto ao corner não é e nunca será uma opção.

Cavar poços à procura de água, mesmo nos terrenos mais áridos.

Ser paciente e resiliente o suficiente para lidar com o que não pode ser mudado.

Sentir apenas a vontade comandando os ossos e músculos. Muitas e muitas vezes.

Sentir apenas o “vai, é preciso!” comandando os ossos e músculos. Muitas e muitas vezes.

Mas, apesar de tudo isso… conseguir amar. Pois, como meu querido Belchior, “eu não estou interessado em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia, nem no algo mais. Longe, o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia, amar e mudar as coisas me interessa mais”.

Conseguir partilhar ternura, afeto, carinho, gentileza, educação, cuidado, empatia.

Repartir o único cobertor com quem não tem nenhum. Saber que quem vier a mim, sempre encontrará uma utilidade.

Não deixar que as dores do mundo ressequem a alma.

Conseguir ver a beleza e a poesia nas coisas mais simples. Como o pôr do sol que a mim se apresenta em cada entardecer.

Enxergar o bem nas pessoas. Mesmo naquelas que me mostram seu lado mais sombrio.

Saber que a próxima esquina vai chegar, e nela estarão todos os meus sonhos extraviados.

Eis o significado da tatuagem… uma filosofia de vida.

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