João Pessoa, 13 de dezembro de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Eu me peguei assistindo ao seriado Wandinha. Me vieram tantos pensamentos sobre o que se passa na atualidade. Será que a nova ideia é ter prazer no prazer do outro? Será que todo esse tempo de século torto nos ensinaram a ter somente o prazer próprio? Você já ouviu falar em compersividade? Ser um indivíduo compersivo é ser ausente de ciúmes e o primeiro passo é o reconhecimento do sistema monogâmico como opressor, o segundo passo é a reparação dos danos que esse sistema colonialista nos provocou. Pronto, não vou entrar no tema capitalismo, branquitude, etc, não. Vou fakar de liberdade! Vou falar mais de Wandinha, quartinha, que mesmo que a rotulem de autista, de boderline, ela é apenas uma egoísta. Quartinha não divide nada com ninguém, nem mesmo as cores, por si sós, inexistentes. O prazer de Wandinha é ter prazer para ela mesma, ou seja egocêntrica.
Wandinha não se deu conta que com o advento da internet e redes sociais que ela tanto critica na série de sucesso, impera o líquido amor, e só se cura o amor em sua liquidez, pela fluidez.
Ser fluido é pensar na territorialidade mental em primeiro lugar, pois o território corporal pode ser compartilhado com outros seres, e isso é ser “compersivo”, pois não somos ilhas. “Nenhum homem é uma ilha”. Foi com essa frase famosa que o filósofo inglês Thomas Morus, nos ajudou a ter a nítida compreensão que a vida humana é feita de coletividade. Só se vive, convivendo. É justamente na convivência, no compartilhar da vida social e comunitária, que o ser humano se enobrece, pois se desvenda, se despe de pudores e se realiza enquanto um ser moral e ético, sob cuidados de uma versão que se dizia proibida ou velada, não é mesmo? É Wandinha, somos fãs de muitas das suas características, mas você precisa rever seus conceitos!
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OPINIÃO - 22/11/2024