Diogo Nogueira lança novo trabalho e fala ao MaisPB sobre carreira e saudades

Kubitschek Pinheiro MaisPB

Fotos –  Marcos Hermes

O sambista carioca Diogo Nogueira lançou “Ao Vivo no Noites Cariocas”  O lançamento aconteceu no dia 2 deste mês, Dia nacional do samba. O disco traz sambas que o cantor ainda não tinha gravado e alguns sucessos de sua carreira,

A gravação ao vivo aconteceu em março de 2022 no Morro da Urca, no Rio de Janeiro e contou com participação do público cantando todas as músicas e com o cantor iluminado, feliz e com sua voz potente reverberando alegria.

Talismã, primeiro single lançado desse projeto, é uma releitura inédita em samba do sucesso da dupla de dois grandes compositores da música brasileira, Michael Sullivan e Paulo Massadas.

O álbum traz sambas como Samba pras Moças, memorável na voz do Zeca Pagodinho e medley de Fogo de Saudade e Além da Razão, sucessos na voz de Sombrinha.

O disco se estende com uma homenagem a Tim Maia com Bota Pra Tocar Tim Maia, música do próprio Diogo, e a marcante Primavera, inesquecível canção do rei do swing.

Clássicos do samba e pagode também marcam presença como Deixa eu te Amar, Mas Quem Disse que Te Esqueço, Verdade Chinesa e Coisa de Pele, além de sucessos do Grupo Fundo de Quintal como Oh Irene, Boca sem Dente, Só pra Contrariar e A Amizade.

Ainda compõe o repertório duas músicas gravadas em estúdio por Diogo e lançadas em singles ganham versão ao vivo, Deu Samba, e Flor de Caña, dedicada a namorada do cantor Paolla Oliveira. Lama nas Ruas, de Almir Guineto, gravada por Diogo no início da sua carreira. Tá escrito, sucesso feito por Xande de Pilares, Gilson Bernini e Carlinhos Madureira, fecha este álbum com chave

Diogo conversou com o MaisPB – essa é a terceira vez que ele concedeu entrevista ao nosso portal e conta muito desse show, da vida, dos projetos

MaisPB – Você está lançando o álbum “Ao vivo no Noites Cariocas”, gravado num show no Morro da Urca e que traz alguns de seus sucessos, além de sambas e pagodes conhecidos que nunca gravou antes. Como você faz a escolha de repertório? Vem instantaneamente, puxando lembranças de uma ou outra música que gosta de ouvir ou de cantar, ou faz uma pesquisa e aí seleciona?

Diogo Nogueira – Gravei esse novo álbum ao vivo no emblemático evento Noites Cariocas,  trazendo um pouco do show que venho fazendo pelo Brasil e aproveitamos a oportunidade para fazer esse registro. Quando monto o repertório dos shows busco músicas que contem uma história, que funcionem no show. Algumas canções são novas no repertório, como “Talismã”, que foi um grande sucesso na década de 90 e eu nunca havia gravado e nem cantado em shows. A pesquisa de repertório é fundamental e quando se define o que vai entrar no show sempre fico atento a reação da plateia. Se o público curtir a música entra no repertório.

MaisPB– Como foi gravar no Morro da Urca, ícone do Rio de Janeiro? O que você destaca dessa gravação do show que ficará eternizada nesse novo álbum?

Diogo Nogueira – O Morro da Urca é a cara do Rio, assim como o samba, e a gravação aconteceu em um dia muito especial, com a casa lotada e o público cantando tudo. Gosto de gravar ao vivo, e trazer esse calor da plateia para esse álbum novo, que está sendo lançado pela Musickeria em parceria com o selo Noites Cariocas Disco.

MaisPB – Você lançou o álbum no Dia Nacional do Samba. Como você vê o samba atualmente, considerando todas as mudanças de consumo da música com o surgimento e destaque de outros gêneros nos últimos anos?

Diogo Nogueira – O samba é uma referência para todo mundo, é genuíno, a cara do Brasil, o cronista do dia a dia. Sempre existiram momentos de entressafra com destaques para artistas e gêneros musicais que surgem, mas o samba permanece presente no cenário musical e volta e sempre retoma o protagonismo da cena.

MaisPB – A música brasileira sofreu perdas irreparáveis como a da Gal, Erasmo e Rolando Boldrin. Como você avalia o peso da partida dessas referências tão importantes pra todos nós?

Diogo Nogueira – Toda vez que morre um artista dessa importância, a gente fica meio órfão.  É uma enorme tristeza perder esses mestres. São referências e escreveram parte da história da nossa música através de seus trabalhos e genialidade.

MaisPB – Você por pouco não virou jogador de futebol profissional em vez de trilhar o mesmo caminho do pai. Você vibra com o Flamengo, time do coração, e segue envolvido com o futebol, nas peladas e tudo mais. Valeu a pena?

Diogo Nogueira – A vida vai nos mostrando os caminhos que devemos trilhar. Sempre quis ser jogador de futebol e tive o apoio do meu pai desde menino. Quando me machuquei, tive uma lesão séria, o samba me chamou e foi uma das mais importantes decisões que tive na vida, abandonar os gramados e fazer do palco a minha vida.

MaisPB  – Como foi a experiência de desfilar pela primeira vez na SPFW pela grife Santa Resistência?

Diogo Nogueira – Nunca havia desfilado e quando recebi o convite da marca Santa Resistência fiquei muito feliz e topei na hora. Consegui conciliar a agenda de shows no final de semana da SPFW e foi muito legal ter feito. O desfile foi incrível.

MaisPB  – Você está com uma agenda de shows intensa este ano, rodando o Brasil de Norte a Sul. Qual o Brasil tem encontrado nesse caminho?

Diogo Nogueira – O Brasil da esperança por dias melhores. O brasileiro é um povo trabalhador e merece ter melhores condições de vida. Educação, saúde, cultura são coisas básicas na formação e na vida de uma pessoa.

MaisPB – Já que estamos falando de sua agenda, você tem feito shows ao lado de nomes que vão desde os do samba com Aragão, Zeca e Alcione até o Criolo, que é mais ligado ao rap. O que te traz esta mistura?

Diogo Nogueira – Mesmo nascendo em uma casa de sambista e de ter convivido com grandes nomes do samba, sempre ouvi de tudo e desde o início da minha carreira fiz parceria com diferentes artistas. Para você ter uma ideia, o meu primeiro DVD teve a participação do Marcelo D2 e do Xande de Pilares. Para mim o importante é fazer música boa e ter sintonia com os artistas que fazem projetos comigo.

MaisPB– Durante a pandemia você criou lives que conquistaram o público e revelou suas várias habilidades, como a de cozinhar. Como foi isso?

Diogo Nogueira – As lives foram super importantes para me manter conectado com o meu público e pude mostrar e dividir com todos esse lado que gosto tanto que é cozinhar em casa e criar receitas.

MaisPB – Além de cozinhar, também conhecemos um pouco do seu lado apresentador e ator. Você gravou recentemente para uma série da Star Plus. Como foi e qual o seu personagem?

Diogo Nogueira – Ainda não posso revelar muita coisa, mas fui convidado para atuar em uma série chamada DESEJOS S.A, que será exibida na Star Plus no ano que vem. Foi um grande desafio, porque não sou ator, mas tive um grande suporte de toda a equipe, dos atores que estiveram comigo e também do José Alvarenga, que dirigiu a série.