João Pessoa, 02 de janeiro de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Nem sempre é fácil enxergar o lado bom das coisas ruins que nos acontecem. Como reagir quando o infortúnio alcança as pessoas boas? Esta pergunta já permeou a mente da maioria de nós, pelo menos uma vez na vida. Ninguém é capaz de evitar a dor e o sofrimento inerentes à natureza humana. Situações que, mais cedo, ou mais tarde, de forma ocasional, podem chegar a nós, por mais bem-sucedidos ou privilegiados que sejamos. Como, então, vivermos felizes apesar de tudo?
Sêneca afirmava que o universo é como um pai que ama seus filhos de uma forma um pouco dura, sempre nos colocando à prova, como uma forma de moldar nosso caráter. Para Sêneca, precisamos sempre ter algo que nos desafie a agir, que nos inspire. Caso contrário, viver será como navegar na calmaria de um mar morto.
Os estoicos ensinavam que sempre podemos transformar a adversidade em algo bom. Dessa forma, o que importa na verdade não é o que enfrentamos, mas como enfrentamos. Como um adestrador, capaz de transformar um leão feroz em um animal dócil e domesticado. “Domesticar” a tempestade, enxergando nela a oportunidade de trazermos algo bom ao mundo.
Nem sempre conseguimos acreditar que, mesmo parecendo improvável, as coisas podem dar certo. O copo nem sempre parece estar meio cheio. Soltar os galhos da árvore e saltar em direção ao voo não é fácil. A primeira sensação é a de que vamos nos esborrachar no chão. Mas… e se voarmos? Se, por um momento, percebermos que não precisamos que o copo esteja transbordando, a metade já é suficiente?
Não se trata de viver na ilusão. Alice em seu maravilhoso país. É uma questão de perspectiva. Trocar a lente. E não é uma tarefa fácil, exige treinamento. Mas, pode acrescentar muita vida aos nossos dias.
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NOVA VAGA - 17/12/2024