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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

Viver sem a gaiola da insegurança

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publicado em 09/01/2023 ás 07h00
atualizado em 08/01/2023 ás 18h46

Temos o dever de sermos maiores do que a nossa insegurança!

O inseguro não vive. Acredita em coisas que não existem. Escuta coisas que ninguém disse. Precisa de certezas. Está o tempo todo em busca de validação.

Não consegue voar, porque, como bem afirma Rubem Alves, pra existir o voo, precisa existir o vazio. E o vazio é a ausência de certezas.

Quando inseguros, não conseguimos ter uma percepção positiva sobre nós mesmos. Tudo está ruim. A sensação é de um mal-estar generalizado, fazendo com que nos sintamos fracos, inábeis, inúteis. Nunca seremos aceitos. Nunca seremos amados. Nunca seremos bons o bastante para qualquer que seja a situação.

Não estamos falando de um sentimento incomum. Tão natural quanto o sentimento de segurança é o de insegurança. Seus malefícios acontecem quando ele se torna excessivo, sobrepujando a própria realidade. Nos tornamos escravos do medo, sempre esperando rejeição. Surge, então, a apatia, a paralisia, o isolamento. Nos privamos das pessoas, dos relacionamentos, das oportunidades. Porque não nos sentimos dignos de nada de bom que possa nos acontecer.

Com medo de que nos vejam, usamos máscaras, na vã ilusão de nos sentirmos seguros, aceitos. Perdemos nossa identidade.

Quem é você? Você sabe?

Ou você já está tão acostumado com as máscaras que usa diariamente, que nem consegue mais se reconhecer diante do espelho? Você consegue se mirar sem elas? Consegue sair na rua, se relacionar com as pessoas sem elas? O que vc mostra para as pessoas? A sua identidade ou a sua personalidade? São coisas distintas.

É mais provável que você mostre a sua personalidade. A identidade, seu verdadeiro “eu”, sua verdadeira essência, você deixa escondida.

Pode ser até que sua máscara já tenha destruído a sua identidade. Pode ser que você já tenha se perdido de você.

Que tal dar uma “ré” na vida? Reestruturação, reorganização, reinterpretação, renovação. Perder o medo do voo. Que a gaiola da insegurança não nos impeça!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB