João Pessoa, 10 de janeiro de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Um descanso na loucura

Comentários: 0
publicado em 10/01/2023 às 07h00
atualizado em 09/01/2023 às 19h27

Duas crianças lindas, dois meninos, na companhia da mãe, no Mercado de Tambaú, que respondia quando eles apontavam para tal coisa – “isso é macaxeira, isso é abacate, isso é limão”.

Entrei na conversa e ela disse que os meninos são alemães, e apenas o mais velho, que deve ter 8 anos, fala um pouco de português, e o mais novo, “só entende”.

Isso dela dizer “só entende”, naqueles estalos ali, alguma coisa me tirou do vácuo. Era domingo e eu estava na área para cumprir o que chamo de devoção: ir olhar o mar de Tambaú, todos os domingos pela manhã. É tão bonito.

Famílias passam juntas, de mãos dadas, de onde chegam não sei, mas querem ver o sol ou viver no mar. Todo amor vale a pena ou qualquer maneira de amar valerá? Não sei, tem a coisa do veneno, né?

Muitos planetas são habitados, não seriamos só nós os privilegiados do amor e da dor, junto aos inquilinos de Jesus.

O céu azul se enche de luz às 10h da manhã, e nessa hora, os cães ainda passeiam solenes com seus donos. A beleza da vida me deixa excitado. É tão bom…

Abraços e beijos nunca são demais, até os cachorros comungam.

Não sei porque ainda brigam – ateus, filhos de Deus, filhos da puta, abandonados à própria sorte – uns no breu e outros sumindo feito ilhas.

Com as asas da qual não posso competir, os pássaros ainda voam na minha rua, na floresta que não é mais deles. Não sei como sobrevivem ao caos, prédios, buzinas e queimadas.

Não, eu não estou divagando como disse Dona HCabral. Eu escrevo o que vejo, o que sinto.

Os malditos são variantes do mal, estamos cercados.

Os benditos procuram a paz, acostumados ao sol e a chuva. Já as putas do Largo de Tambaú se jogam por alguns reais, depois voltam ao posto. Tudo pela grana.

Eu sou feito de lembranças do que já foi um  dia, esquecido no ventre desamado

Onde andará o começo que acaba nele mesmo?

Kapetadas

1 – Só acho que a gente deve ter cuidado com a saúde mental neste momento, se cuidem

2 – O namorado do karnal é a cara do harry potter – será que ele é um boy magia?

3 – Som na caixa: “ Vou botar fogo nesse asilo, Porque essa vida é muito louca E loucura pouca é bobagem”, Rita Lee

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

Leia Também