João Pessoa, 25 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pelo tom contundente e provocativo das declarações do histórico militante petista Carlos Alberto Dantas, reproduzidas em trechos na Coluna de ontem, o deputado Luciano Cartaxo (PT) vai demorar a se livrar dos últimos resquícios e marcas de seu recente atrelamento com o ex-governador José Maranhão.
Sempre que se insinuar como novidade ou alternativa de candidato independente no PT, Cartaxo será obrigado a revisitar o passado, intimado pelos seus algozes de partido. Não que o flashback lhe tire as qualidades, porém cada mexida no baú sempre gerará arranhões na pele de quem quer se apresentar “casto” no processo.
Será inevitável, de quando em vez, ter que conviver com essa realidade. E o petista já deve estar cônscio dessa fragilidade. Precisará de muita desenvoltura pra provar que seu projeto de disputar a Prefeitura não é revanche paroquial ou mera peça jogada no xadrez dos planos da oposição, capitaneada por Maranhão, seu ex (?)-tutor.
Dentro e fora do PT, Luciano Cartaxo será alvo de questionamentos e suspeitas. É a fatura e preço do jogo político. Se de 2009 a 2010, ele soube administrar bem o bônus de ser maranhista e as regalias de um doce gabinete de vice, não há como, agora em 2012, deixar de experimentar também o amargo do ônus.
Contra… –
Cartaxo respondeu a provocação de Carlos Alberto: “Isso é baixaria. Não vou entrar nesse desespero. O secretário (infraestrutura) deveria dizer as razões de apoiar o PSB”.
Ataque –
E entrou na desforra: “Eu não vou perder tempo batendo boca com quem quer fortalecer o PSB”. Na Coluna de ontem, Alberto acusou Cartaxo de estar a serviço do PMDB.
Interferência e novos ingredientes –
Nas últimas horas, crescem os relatos da entrada de ingredientes nem tão republicanos na cabala de votos para o encontro interno do PT, marcado para este 18 de março. A vitória da ala de Luiz Couto interessa ao PSB de Agra e Ricardo. O triunfo de Cartaxo adoçaria os lábios do PMDB de Maranhão, Veneziano e Vital. Portanto…
Distante de Veneziano –
Luciano Cartaxo nega qualquer envolvimento da máquina de Campina Grande na disputa partidária. “Faz muito tempo que eu não converso com Veneziano. Essa eleição é do PT. Estamos fazendo uma campanha limpa. Não aceito interferência e nem ajuda”.
Profusão de acusações –
De outra parte, deputado petista aliado de Cartaxo contacta a Coluna para garantir que um de seus assessores, apto a votar no encontro do PT, foi cooptado a partir de promessas de emprego na Prefeitura e no Governo. Mas não quis citar nomes.
Reciprocidade –
Com discurso mais brando, o presidente do PT-JP, Antônio Barbosa, enfatiza: PT e PSB têm recíproca política de alianças no País. “Aqui, o cenário é favorável a uma aliança”.
Aquecimento –
O ex-governador Maranhão não está mesmo pra brincadeira. Há poucos dias, ele ligou para o dono de uma agência publicitária da Capital… Com voz de candidato a cliente.
Maldade
Intrépido leitor da Coluna mandou esta sobre a proposta da vereadora Eliza Virgínia (PSDB), que quer se livrar a praia de cocô: “E vereador não deveria fazer na Câmara”.
Palavra de suplente –
Previsão do vereador Tavinho Santos (PTB), outro dia, nos bastidores do Correio Debate (TV). O candidato da oposição em 2014 será Vitalzinho. E não Veneziano.
Em análise –
O deputado André Gadelha (PMDB) reúne a família e assessores próximos nesse fim de semana. Não está totalmente descartada a decisão de uma licença na Assembléia.
Papel de todos –
Tirando os excessos peculiares, o ex-deputado Major Fábio (DEM) tem razão quando defende engajamento e participação das prefeituras no combate à violência nas cidades.
Plataforma –
Sétimo pré-candidato entrevistado na série de Correio Debate (Rádio), Fábio prometeu, se eleito, equipar a Guarda Municipal com maior frota de viaturas e aumento do efetivo.
Recadinho –
O curador da Saúde em João Pessoa, João Geraldo, mandou um aviso aos navegantes: não será instrumento de alardes e espetacularização das denúncias de cunho eleitoral.
Percalço –
Pra ser candidato, o senador Cícero Lucena (PSDB) terá que sanar, perante o TCU, as irregularidades em convênio com a Funasa detectadas pela Primeira Câmara do órgão.
Resíduo –
Além de ter a conta rejeitada, Cícero foi condenado a devolver R$ 82 mil, pena que lhe enquadra na Ficha Limpa. O tucano ainda tem chance de se limpar em recurso ao Pleno.
PINGO QUENTE – “Tem gente que olha pra baixo feito galinha”. Do Major Fábio (DEM), convidando o pessoense a pensar, sonhar alto e ter um olhar de águia sobre os temas quase utópicos da gestão pública.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024