João Pessoa, 17 de maio de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Com um planejamento que começou em outubro de 2011, depois de trazer de volta a comissão técnica liderada por Freitas Nascimento e contratar mais de 30 jogadores, num montante que ultrapassa a casa de R$ 1 milhão e meio de investimento, sete meses depois o Campinense chegou ao 18º título paraibano de sua história.
A caminhada teve início após a queda no Campeonato Brasileiro da Série C, justamente em um momento de indefinição administrativa, uma vez que o mandato “tampão” do presidente William Simões estava chegando ao fim.
– Foi um momento de muita dificuldade. Nós pegamos o time praticamente zerado, nem material tinha. Ainda tentamos dar uma cara ao Campinense em 2011, só que era quase impossível. Veio o rebaixamento e aí, mesmo desanimado, tive que buscar forças para soerguer essa agremiação, que não pode ficar numa quarta divisão. Graças a Deus, a primeira etapa foi cumprida, fomos campeões estaduaal – descreveu o dirigente, que resolver tentar a reeleição.
Mesmo com as eleições marcadas para o início de dezembro do ano passado, William iniciou o planejamento dois meses antes. Além da volta de Freitas ao comando do time, o maior investimento da temporada 2012 estava no vizinho. Sem querer revelar valores, o presidente do Campinense exalta a chegada do artilheiro Warley, goleador do rival Treze na temporada passada. O dirigente ressaltou o custo-benefício do atleta, que possuiria o maior salário do elenco.
– A certeza do sucesso estava plantada ali. Não contratamos apenas um bom atacante. Warley é uma pessoa maravilhosa, um líder, figura que nos ajudou em todos os aspectos, dentro e fora de campo.
Encabeçado pelo camisa 9, o elenco rubro-negro iniciou a preparação no dia 13 de dezembro. Até março, quando se encerrou o prazo de inscrições de novos atletas no Paraibano 2012, cerca de 30 jogadores foram contratados. A média mensal da folha de pagamento, conforme William Simões, girou em torno de R$ 180 mil, proporcionando um total de R$ 1 milhão e 80 mil até esse mês de maio.
Entre premiação por jogos e pelo título, contando também com as despesas diárias que incluem exames clínicos, medicamentos, apartamentos de jogadores casados, alimentação, acordos judiciais e taxas da Federação Paraibana de Futebol, os custos sobem para R$ 1 milhão e 550 mil.
Se as despesas aumentam rapidamente na calculadora, o mesmo não se pode dizer das receitas. Somando os cerca de R$ 300 mil reais do programa Gol de Placa, do Governo do Estado, mais R$ 50 mil de patrocínios, além dos R$ 217 mil de arrecadação, de acordo com os borderôs divulgados após as partidas, chega-se ao número de R$ 517 mil reais durante os seis meses de atividade.
Segundo o diretor financeiro do Campinense, Raul Timóteo, os R$ 300 mil reais da Prefeitura de Campina Grande, valor que seria divido em 10 parcelas de R$ 30 mil, não entram nos cálculos como patrocínio porque ainda não foram pagos. O convênio foi assinado em março, prevendo ajuda no mesmo valor também para o Treze.
– Quando vamos para a ponta do lápis, é altamente desanimador a diferença entre despesas e receitas. É aí que entra as figuras dos colaboradores, pois sem eles o clube não anda. Vamos agora para uma Série D, temos a Copa do Nordeste em 2013, além da Copa do Brasil. As cotas de patrocínios dessas competições que virão nos dá um alento, mas se não tivermos uma certa noção de como administrar, a coisa se complica. Até porque futebol tem suas nuances e é preciso saber lidar com elas – comentou William Simões.
Voz da Torcida
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