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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

Eu não sou cachorro não

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publicado em 13/01/2023 ás 09h25

Eu queria falar da estupidez da classe média golpista, mas como parte dela se converteu em terrorista, eu prefiro escrever sobre a breguice. O brega é bom, a não ser se a pessoa estiver encarcerada nos presídios da Papuda ou da Colmeia. Explico.

Tentativa de golpe de Estado por patricinhas, marmanjos deslumbrados e velhotes e velhotas arruaceiros. Que breguice, que patacoada! Também pudera, essa gente não compra um livro. O máximo de leitura é o “O” porque senta em cima ou os vídeos do tic toc. Eles não têm tempo, dizem. Precisam descobrir um jeito, mesmo que insano ou criminoso de ganhar dinheiro e se equipararem aos milionários, o único sonho desses pobres de espírito.

Muitos deles, até que cursaram uma faculdade, mas são incultos e não sabem o que é conquista civilizatória. Não fosse assim, não teriam dado seis facadas na obra-prima de Di Cavalcanti, arrancado do pedestal a bailarina de Brecheret, espancado um cavalo, quebrado as vidraças e cadeiras das sedes dos Poderes constituídos, furtado togas e cagado no do STF. Em verdade, sequer teriam se inclinado para as bandas de um governo autoritário, misógino, racista e incompetente. Essa gente é torpe e zumbi da própria sorte, uns criminosos!

Classe média típica, deles muito bem aquinhoados. Não vi um preto nas centenas de imagens dos vândalos ensandecidos, nem a cara do povão. A maioria, jovens da bunda rosada e torneadas nas academias mancomunados com tartarugas velhas e tresloucadas rangendo os dentes pelo retorno da ditadura.

Tão classe média que foram tratados a pão de ló nos QGs do Exército. Se fossem professores, ah! se fossem professores… trabalhador e professor têm o cheiro do comunismo e todos sabem que as forças armadas brasileiras ainda estão no Século XIX, aprendendo o “beaba” da cidadania.

Só tem uma coisa mais brega do que golpe em estado democrático: a anistia dos criminosos, por isso vos digo: Ouvir “Garçom, eu não sou cachorro não” na papuda (foto) ou na colmeia é o de menos. Sim, com respeito pleno aos direitos humanos, coisa que só um Estado democrático de direito pode oferecer.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB