João Pessoa, 24 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Inanição é o processo da debilidade física gradativa por falta de alimentação adequada ou ausência de condições orgânicas para absorvê-los. Pode ser fruto de uma situação extrema, alheia ao controle do paciente, ou provocada deliberadamente contra a pessoa a quem se quer fragilizar as forças até a morte.
Na política, a inanição também tem efeito devastador. É doença que só de falar causa urticária e gera asfixia na família Morais, subnutrida politicamente após a derrota de Efraim pro Senado da República e agora “abrigada” no primeiro escalão do governo RC, porém com quase nenhuma autonomia e raquítico destaque.
“Dono” do PFL, agora DEM, Efraim chegou a ser a terceira força política do Estado. Derrotado em 2010, corre o risco de sair de 2012 com tamanho de sexto colocado nesse ranking, caso Cícero se eleja. E é um dos poucos políticos sem base ancorada nos grandes centros, um problema pra quem quer sonhar voltar à majoritária.
O clã diagnosticou essa patologia. O grupo leva muito a sério a receita de lançar o jovem Efraim Filho candidato a prefeito em João Pessoa. Não há quase nada há perder. O próprio herdeiro vê na hipótese um projeto pessoal no mínimo interessante. Uma espécie de Vitamina B contra o visível atrofiamento do músculo eleitoral.
Duas –
A tese ganha corpo interno pela provável presença do PT – que veta o DEM – na chapa. A recíproca é muito verdadeira: nesse cenário, os Democratas não se coligam com PSB.
Em uma –
Outra vertente. O DEM discorrerá a Ricardo sobre a razoabilidade de uma candidatura que absorva o eleitor mais conservador, presumível zona de conflito de Estelizabel.
Virtuais argumentos no jogo –
Na hora de enfrentar a resistência de Ricardo, o DEM deve apresentar pelo menos outros dois argumentos: a candidatura própria suspenderia prováveis pressões da cúpula nacional de apoio à candidatura de Cícero. O PSDB nacional, por exemplo, está cedendo apoio à ACM Neto em Salvador e pode exigir reciprocidade noutra Capital.
Reflexos “positivos” para os girassóis –
Na ótica dos pensadores mais íntimos dos Morais, a candidatura própria do filho de Efraim ainda daria mais um álibi para o senador Cássio Cunha Lima ficar fora (neutro) da disputa na Capital, com a incursão na competição de outro parceiro histórico.
Pretensões e intenções reais –
Todos os itens pinçados acima não são divagações da Coluna. Interlocutores autorizados da família têm pensando muito em todos esses fatores. Sabem, entretanto, que encontrarão pela frente um Ricardo decidido a viabilizar a candidatura do PSB.
Rasgando o verbo –
Carlos Alberto Dantas, executivo da Infra-Estrutura estadual e fundador do PT, não calou diante de manifesto assinado pela ala do partido que defende a candidatura própria.
Antecipação –
O documento já trata da postulação como o primeiro passo para derrotar Ricardo em 2014. Carlos Alberto classificou o texto como um claro saudosismo demasiado ao retrocesso.
Histórico –
“Quem integrou o Maranhão III esquece que aquela experiência foi desastrosa. Jogou o Estado no caos, deixou a Paraíba inadimplente com contratos”, pontuou o militante histórico.
Atrelado –
E mais. “Luciano Cartaxo como vice-governador foi conivente com esse caos”, disparou Alberto, para quem o debate deveria ser de políticas públicas. Não de revanche pessoal.
No trilho –
“Quem quiser experimentar o modelo de gestão dos Cartaxo, é só fazer uma visita aos trens da CBTU. Que Deus salve a Paraíba de Luciano Cartaxo”, descarrilou Carlos Alberto.
Pedra de responsa –
Mudanças nas gavetas da Secretaria de Cultura do Estado. Maristela Garcia, escudeira do secretário Chico César, volta pra São Paulo. Adriana Uchôa assume a chefia de gabinete.
Neurônios fecais –
A vereadora Eliza Virgínia (PSDB) propõe campanha para evitar o desprazer de se ver fezes boiando na praia. Infelizmente muita gente despeja no mar o que lhe abunda na cabeça.
Agenda –
O presidente do PSB, Edvaldo Rosas, informa à Coluna que está marcando audiência do pré-candidato a prefeito de Marizópolis, Abdon Lopes (PSB), com o governador Ricardo.
Vida ou morte –
Pelo o que se comenta no grupo do prefeito Nabor Wanderley (PMDB), só o lançamento da deputada Francisca Motta (PMDB) impede a derrota pra Dinaldinho em Patos.
Pé atrás –
“Ricardo não ganhou a eleição, fomos nós que perdemos”. Do vereador Fernando Milanez, informando que Maranhão cuidará mais da formação de sua equipe de campanha.
PINGO QUENTE – “Quero atingir o coração do pessoense”. Do cardiologista Ítalo Kumamoto (PSC), pré-candidato a prefeito de João Pessoa, mirando o bisturi político nas artérias dos seus futuros eleitores.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024