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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Dias longos e inquietos

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publicado em 17/01/2023 às 08h22
atualizado em 17/01/2023 às 07h10

(dedicado a desembargadora Fátima Bezerra)

 

Eu não sou besta, “besta é tu, não viver esse mundo”. Não, essa ideia invoca a simbiose simbólica que se estabelece entre uma coisa e outra, uma pessoa e outra. Eu, por exemplo, não quero mais saber quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha? Eu já comi os dois.

Decifrar vem de longe, não exatamente como pensam e acreditam que a Esfinge de Tebas, encontrada por Édit, a sua linguagem simbólica seja real – mais dificil de decifrar é  o Brasil que decidiu acreditar de pés juntos  no que a esfinge disse: “Decifra-me ou te devoro”

A história de gozos traduz o amor – e estão sempre de mãos dadas com a “natureza” de cada um. É fantático o jogo da vida, mas não me surpreende. 

Quem morre primeiro, o amor ou a paixão?  Um se transforma no outro.

Muitas vezes usados como fonte de alimento, o amor se cansa da mesma comida e a tendência é virar coisas parecidas, pessoas que seguem sozinhas, embora acompanhadas. Melhor só, né?

Eu vejo uma saída como utensílio do trabalho, o cultivo e a construção do conhecimento.

Eu não sou daqui, sou passageiro, se cá estou, certamente, não estou a me demorar.

São  muitas vidas para confusões outras, simbolicamente para eu não me abalar.

Uma amiga disse que não aguentava mais o noticiário com Pelé. Ué, primeiro morre o Pelé, depois, seu nome.

Acho que como poucos, sou amigo das palavras e sei o peso delas e, apesar de estar longe de seus pesos, tenho facilidade com elas, sobretudo, quando se trata de emparelhar descobertas. Eu não sou daqui.

O espaço confinado do traidor, o lider do bando de que matou Trótski, ainda está por aí.

Cá nos trópicos, se a Esfinge divergir, será trucidada.  No entanto, o nome de Trótski nunca morreu. Já o de Ramón Mercader…

Ando bastante atrapalhado desde aquele domingo, quando a selvageria destruiu obras de arte. Eu não sou daqui.

Não se junta cosmologias com cosmogonias, paixão e amor, talvez o sexo, que avança telhados e gritos benditos.

 

Kapetadas

1 – Há sempre um beócio em toda e qualquer gestão. Ou muitos.

2 – Nunca pensei que um dia, afinal, me acharia normal.

3 – Som na caixa: “Quem me pariu foi o ventre de um navio”, de João Roberto Caribe Mendes / Capinan

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB