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Parte do patrimônio histórico da cidade de Areia foi destruído na última semana. Uma intervenção no Casarão Zé Rufino causou a destruição de elementos centenários, como o piso das senzalas, datado de 1818. A denúncia é da Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia (Atura).
“A atual gestão da Prefeitura Municipal de Areia-PB praticou hoje crime à memória cultural Areense, Paraibana, Nordestina e Brasileira ao demolir, ilegalmente, o piso original da Senzala do Casarão José Rufino, datado do Século XIX e tombado culturalmente pelo IPHAN e IPHAEP”, dia a Atura em nota.
A associação ainda acrescenta: “O imóvel é de propriedade do Tribunal de Justiça da Paraíba. Até o momento a Prefeitura Municipal de Areia e o Tribunal de Justiça da Paraíba não se pronunciaram sobre o assunto”.
A obra foi então embargada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Veja a nota na íntegra
NOTA DE REPÚDIO
A Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia – ATURA, entidade jurídica de direito privado, cujos princípios basilares contemplam o fortalecimento do turismo areiense a partir da integração público-privada; da inserção das comunidades rurais e urbanas no trade turístico municipal; do respeito ao meio ambiente e aos valores culturais e artísticos e, sobretudo, da preservação e divulgação do Patrimônio Histórico de Areia, vem a público esclarecer e repudiar o seguinte:
No último final de semana, tomamos conhecimento de que a gestão municipal de Areia teria feito uma intervenção indevida em um dos principais prédios históricos da cidade, o Casarão Zé Rufino, causando a destruição de elementos centenários. Procuramos, então, representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), para nos certificarmos da procedência de tais fatos, ao que fomos notificados:
“A atual gestão da Prefeitura Municipal de Areia – PB praticou hoje crime à memória cultural Areense, Paraibana, Nordestina e Brasileira ao demolir, ilegalmente, o piso original da Senzala do Casarão José Rufino, datado do Século XIX e tombado culturalmente pelo IPHAN e IPHAEP. O imóvel é de propriedade do Tribunal de Justiça da Paraíba. Até o momento a Prefeitura Municipal de Areia e o Tribunal de Justiça da Paraíba não se pronunciaram sobre o assunto”.
Posteriormente, detalhes dos fatos foram evidenciados pela imprensa, que tem divulgado, inclusive, documentação fotográfica, bem como pelos documentos publicados pelo IPHAN, atestando os “danos irreversíveis causados pela demolição de tijoleiras originais das senzalas” existentes no referido imóvel.
Diante disto, a ATURA vem a público manifestar o mais veemente repúdio às ações impetradas contra a integridade do Patrimônio Histórico de Areia, ao tempo em que em que se solidariza com os servidores do IPHAN, alvo de agressões perpetradas por pessoas ligadas à gestão municipal, que insistiam em prosseguir com a demolição.
A ATURA lamenta profundamente que agentes públicos atentem contra a história e a memória do seu povo, vindo a praticar atos tão deploráveis, como os que ora se constata.
Considere-se, ainda, que não é a primeira vez que essa mesma gestão atenta contra Projetos de fortalecimento do turismo em Areia, numa clara evidência de intimidação e desmonte de um trabalho arduamente realizado pelo trade turístico local.
A ATURA entende que uma sociedade mais justa se faz com parcerias, respeito, colaboração e determinação de bem servir. São valores minimamente esperados de pessoas que se propõem a gerir os bens públicos.
Areia, 24 de janeiro de 2023
ATURA
Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia
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