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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Página virada

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publicado em 28/01/2023 ás 07h00
atualizado em 28/01/2023 ás 10h32

Bateu, valeu, doeu. Morreu.

Andando pelos espelhos de Narciso, de sol a sol, esbarro numa semideusa na calçada da Academia Paraibana de Letras e logo me veio o assombro, embora protegido do bem e do mal. O que é lembrar de alguém ou de alguma coisa, quando a página está virando?

Eu li que o núcleo da Terra parou de girar e pode se inverter. Deixa o mundo girar, meu bem, meu mal.

O tempo não espera. Entrei na pracinha onde está Nossa Senhora de Lourdes deteriorada, do lado da Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves. (foto da capa). (ô prefeito Cícero Lucena, dá um  jeito na santa) Deixa, ninguém é santo.

Aliás, ter os dias como certos, ter a vida como certa, termo-nos a nós mesmos como certos… só que não…

Às vezes os dias não nascem e já é noite quando nos envolve na prisão dos cobertores.

Às vezes os dias não se põem e a mesma luz que nos cega por não se apagar, seca-nos os olhos, estáticos fixamos no branco da parede do computador, que lembra o “quadro negro” da escola rigorosa e sua palmatória. Eu estive lá.

A cabeça gira e não chama mais pela criatura.

Às vezes a vida para. Não acaba, estaciona, mas isso é apenas um cenário. Todo cuidado é pouco. Pessoas/fantasmas andam nas ruas vendo mensagens no celular e não conseguem sequer, se desviar das serpentes.

Meu coração fogareiro não bate mais descompassado, sequer ansioso, pelo viés da página virada. Quem sabe vou tomar um café com Cláudia Oliveira, no país das maravilhas.

Envolto no corpo, o coração continua a bater. Só o som do sangue a entrar e a sair, feito zumbido no ouvido. Socorro, Arnaldo Antunes, não estou sentido nada…

Talvez eu esteja por fora, pintado de nódoas extintas, mas pulso, nunca a pulso, que dê lugar a novos espasmos. Bem ali, à volta, hermético.  Sou eu novamente virando a página. Virou.

Às vezes…

Às vezes não custa nada bater na porta, antes de entrar. Se liga, p…

Coração invólucro, no ritmo dele, até às próximas monções.

Adeus.

Kapetadas

1 – Um dia, os terráqueos vão fazer uma festa noutro planeta. Alguma dúvida de que não levarão os brasileiros?

2 – Nem tudo é piada pronta, também pode ser uma anedota de mau gosto.

3 – De que adianta uma visão perfeita, se você acredita em tudo que vê e lê?

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB