João Pessoa, 14 de maio de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, 80, venceu o prêmio Kluge, concedido pela Biblioteca do Congresso dos EUA a personalidades que se destacam pela produção acadêmica na área das ciências humanas não contempladas pelo Nobel.
A premiação, de US$ 1 milhão, destaca o papel de FHC "na transformação do Brasil de uma ditadura militar com alta inflação em uma democracia includente, com forte crescimento econômico".
O ex-presidente afirmou à Folha ter recebido o prêmio com "alegria e surpresa". "Reconhecer uma obra cientifica produzida na América Latina não é usual", disse.
Ele credita a escolha a sua produção "inovadora". "Nunca fui exclusivamente sociólogo, cientista político ou economista. Fiz uma ligação entre várias áreas, uma produção de ciência social no seu conjunto. Isso me ajudou também a ter uma visão mais integral na vida pública."
FHC lembrou da importância dos que trabalharam com ele e reconheceu que a escolha "tem a ver também com o Brasil estar em evidência".
Presidente da República pelo PSDB de 1995 a 2002, FHC é formado em sociologia pela USP, onde se tornou professor em 1952. Com o golpe militar de 1964, exilou-se no Chile e na França. Retornou ao Brasil quatro anos depois.
Atuou no Cepal (Comissão Econômica para a América Latina) e produziu obras como "Dependência e Desenvolvimento na América Latina", ao lado do sociólogo chileno Enzo Faletto, e "Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional".
A entrega da premiação, que existe desde 2000, será em 10 de julho, em Washington.
Folha.com
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