João Pessoa, 04 de fevereiro de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A memória é uma coisa doida. Os desmiolados, nem se fala.
Vão passando os anos e a gente esquecendo fisionomias, favores, afetos, cama & mesa. Quando morre uma pessoa, são aceleradas as manifestações, até que a alma esbarre na plataforma do amém eterno.
Nossa Glória Maria – A OPRAH que era a Gloria Maria deles.
Eu estava na exposição dos 40 anos de obra de Clóvis Júnior, tinha muita gente e logo pensei em cumprimentar o artista e zarpar, mas a obra me prendeu por múltiplas imagens guardadas na memória dos encantamentos do artista e admiradores.
Todos os dias reencontramos pessoas que não nos lembramos de onde conhecemos. Quando é muita gente, eu me sinto marinheiro só.
Demorei algum tempo, mais que o esperado. Valeu, Clóvis Jr.
Estava visível os arquivos da memória e a obra colorida de Clóvis Junior. Fiquei a lembrar de Stan Lee, o Homem-Aranha, o maior fascínio enraizado e muito anterior dos filmes antigos. Isso porque vi um pai do outro lado do shopping, pegando na mão da filha vestida de homem aranha. É isso, na neblina vale o frio na barriga. Adorei a cena.
Uma bela mulher se aproximou de mim, disse meu nome, disse que estava com saudade e festejamos o sentir do galope em cena. Eu não sabia quem era ela. Sua voz me lembrava alguém, a voz que vem da mãe.
Ela percebeu que eu estava voando. Lembrei – era Ana Elvira, filha de Márcia Kaplan. Sumiu a inquietação do K. Veio a imagem dos jantares na de casa Márcia e do maestro Kaplan.
Às vezes vejo semelhanças entre pessoas e irrealidades outras conhecidas. Não precisei dizer que eu já estava a me lembrar dela, porque isso ficou explicito. É muito ruim encontrar uma pessoa e não lembrar seu nome.
Lembrei que minha mãe me obrigava a comer arroz-doce. Tolices.
Já estava no estacionamento, quando outra pessoa, dessa vez um senhor, disse que gostava dos meus textos e do “som na caixa”. Eu agradeci, mas não sei quem ele era. Onde estávamos? Qual superpoder você gostaria de ter?
Já era sol, quando minha mulher me deu uma flor, a flora amarela, do pé de bucha, que minha mãe usava para lavar os pratos. Ela disse que é comestível. Odeio lavar pratos.
Kapetadas
1 – Quando a pessoa quer te convencer que é sobre você, pode apostar: É SOBRE ELA.
2 – DEUSAJUSTADO. Fanático religioso.
3 – O vaidoso não ri para demonstrar alegria, mas para mostrar as lentes de contato dentais.
4 – Som na caixa: “O deserto que atravessei, Ninguém me viu passar”, Zelia Duncan
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024