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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Um deserto de flores amarelas

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publicado em 04/02/2023 ás 07h00
atualizado em 04/02/2023 ás 09h12

A memória é uma coisa doida. Os desmiolados, nem se fala.

Vão passando os anos e a gente esquecendo fisionomias, favores, afetos, cama & mesa.  Quando morre uma pessoa, são aceleradas as manifestações, até que a alma esbarre na plataforma do amém eterno.

Nossa Glória Maria – A OPRAH que era a Gloria Maria deles.

Eu estava na exposição dos 40 anos de obra de Clóvis Júnior, tinha muita gente e logo pensei em cumprimentar o artista e zarpar, mas a obra me prendeu por múltiplas imagens guardadas na memória dos encantamentos do artista e admiradores.

Todos os dias reencontramos pessoas que não nos lembramos de onde conhecemos. Quando é muita gente, eu me sinto marinheiro só.

Demorei algum tempo, mais que o esperado. Valeu, Clóvis Jr.

Estava visível os arquivos da memória e a obra colorida de Clóvis Junior. Fiquei a lembrar de Stan Lee, o Homem-Aranha, o maior fascínio enraizado e muito anterior dos filmes antigos. Isso porque vi um pai do outro lado do shopping, pegando na mão da filha vestida de homem aranha. É isso, na neblina vale o frio na barriga. Adorei a cena.

Uma bela mulher se aproximou de mim, disse meu nome, disse que estava com saudade e festejamos o sentir do galope em cena. Eu não sabia quem era ela. Sua voz me lembrava alguém, a voz que vem da mãe.

Ela percebeu que eu estava voando. Lembrei – era  Ana Elvira, filha de Márcia Kaplan. Sumiu a inquietação do K. Veio a imagem dos jantares na de casa Márcia e do maestro Kaplan.

Às vezes vejo semelhanças entre pessoas e irrealidades outras conhecidas. Não precisei dizer que eu já estava a me lembrar dela, porque isso ficou explicito. É muito ruim encontrar uma pessoa e não lembrar seu nome.

Lembrei que minha mãe me obrigava a comer arroz-doce. Tolices.

Já estava no estacionamento, quando outra pessoa, dessa vez um senhor, disse que gostava dos meus textos e do “som na caixa”. Eu agradeci, mas não sei quem ele era. Onde estávamos? Qual superpoder você gostaria de ter?

Já era sol, quando minha mulher me deu uma flor, a flora amarela, do pé de bucha, que minha mãe usava para lavar os pratos.  Ela disse que é comestível. Odeio lavar pratos.

Kapetadas

1 – Quando a pessoa quer te convencer que é sobre você, pode apostar: É SOBRE ELA.

2 – DEUSAJUSTADO. Fanático religioso.

3 – O vaidoso não ri para demonstrar alegria, mas para mostrar as lentes de contato dentais.

4 – Som na caixa: “O deserto que atravessei, Ninguém me viu passar”, Zelia Duncan

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB