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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Retórica estúpida

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publicado em 04/03/2023 às 07h00
atualizado em 04/03/2023 às 05h38

São Paulo. Dei de cara com Aurora Luque, poeta y escritora española, bonita da cabeça aos pés, ouvindo um podcast de Alice Walker, que lançou novo livro no Brasil, “O Segredo da Alegria”, (com selo da Editora José Olympio). Ela é autora de “A Cor Purpura”, que virou filme, o filme da minha vida.

Não era ela, era ele, Arnaldo Antúrios vermelho, mas logo veio falar comigo uma moçona, toda apertada, dizendo que eu estava perdido em Perdizes, mas nem vinho tomei.

Eu estava na avenida errada, deveria ter ido direto para a Avenida Doutor Arnaldo que liga Avenida Paulista e a Rua da Consolação à Rua Heitor Penteado escambau.

Voltemos ao ABC – Aurora, que me ensinou que, na hora de atravessar aquela ou qualquer ponte no meio do caminho, quando vamos escolhendo malgré toi, (bela canção de Teeyah) direto para os “chamados prazeres simples da vida”. Te cuida, gritou Arrigo Barnabé do outro lado da Paulista. Clara Crocodilo sua linda, a inesquecível.

Minha cara não invadiu a cena da Avenida da Consolação, sequer o beijo que Chico César me nordestes arranha céu da boca paulista.

Não presumia a Avenida Paulista quase vazia, aquela beleza posta na mesa, com tanta gente feia pra lá e pra cá e um malandro me perguntando se eu queria ser ator, era só segui-lo e eu correndo demais para chegar ao Masp e voltar para o hotel, me deitar e sonhar com Tarsila do Amaral na cama me chamando de Oswald de Andrade.

Já estava em Guarulhos e aquele barulho de muita gente, menino, menina, oxente, tudo junto e misturado e ali mesmo comi o maior misto quente do mundo, de alguns andares e comprei umas Piticas – camisetas, boné e blusão indie blue.

Já estava no Aeroporto Castro Pinto, quando vi a postagem de uma criatura PB, um homem público, que  aparece nas dez fotos, de ângulos, retângulos, triângulos das bermudas alegres. E cabeleira do Zezé? Fiquei bege, como disse aquela juíza. Zerei a reza.

Somos todos sobreviventes das ondas que tiram da cara da gente, do feijão com arroz, e do pão assado, ovo frito com cuscuz. A quem devemos a sobrevida?

No ergástulo da vida ou no panteão cultural de Zarinha, me abraço com Dalmar Trigueiro, o marchand mais pop do planeta, ele com um sapato xadrex – menino como eu gostei.

Sobre morto está vivo, ninguém.

Kapetadas

1 – Se o beijo de uma mulher é a sua assinatura, o da Angelina Jolie é em letra bold.

2 – Acho que todo mundo deveria fazer faxina na casa pelo menos uma vez por semana pra não perder o total e , completo contato com a realidade.

3 – Som na caixa: “São, São Paulo Quanta dor, São, São Paulo, Meu amor”, Tom Zé

Foto KP

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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