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Educador físico, psicólogo e dvogado. Especialista em Criminologia e Psicologia Criminal Investigativa. Ex-agente Especial da Polícia Federal Brasileira, sócio da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas e do Instituto Brasileiro de Justiça e Cidadania. Autor de livros sobre drogas.

O amor é cego, e cega

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publicado em 07/03/2023 ás 07h00
atualizado em 07/03/2023 ás 07h59

 

Como é do conhecimento de todos nós, na data de 08 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, e assim sendo, nesta minha estreia como colunista deste valoroso portal de notícias, o MaisPB, resolvi falar um pouco sobre as adversidades e ou contrariedades vivenciadas por mim durante as três décadas que trabalhei como preposto da Segurança Pública, mais especificamente na Polícia Federal Brasileira, em relação a este público feminino. Realidades essas que, a meu ver, continuam em evidência nos dias atuais, e, aparentemente sem perspectivas de mudança.

Sempre vi nas mulheres a maior criação da natureza. São mais criativas, pacientes, meigas, românticas, corajosas e até astutas que os homens. E, certamente, nesta adjetivação estas expostas apenas algumas das inúmeras características que o público feminino já traz no seu indecifrável código genético. Mesmo assim, as mulheres ainda são vistas pela cultura machista dominante em nosso país como “sexo frágil”. Sinceramente não sei o que justificaria tal visão.

Confesso que faço parte da legião de homens que acredita na tese que todos somos dominados pelas mulheres. E este domínio inicia-se desde a gestação, pois só a elas cabe o dom de gerar a cria. Domínio este que estende-se por toda a nossa estada aqui no planeta terra, ou seja, quando somos crianças esses comandos cabem a mãe, em seguida surgem às primeiras namoradas com seus aparentemente frágeis domínios disfarçados, estendendo-se às esposas e perdurando até a morte, que por coincidência, dizem os romancistas, também é feminina.

Nesta discreta, e por vezes confusa dominação feminina, registro aspectos positivos e também negativos. Não há dúvidas do crescente e merecido avanço social das mulheres nas últimas décadas. Contudo, infelizmente, este avanço tem acontecido não só na direção das conquistas sociais positivas e construtivas para a sociedade como um todo, mas também nos aspectos negativos e deletérios, como por exemplo, o uso indevido de drogas e a criminalidade em geral.

Levantamentos estatísticos e estudos recentes atestam que um número cada vez maior de mulheres jovens aderem ao consumo de drogas, especialmente às bebidas alcoólicas. Adesão esta, que em alguns municípios brasileiros chegam a ser superior a do público masculino da mesma faixa etária, adolescentes e jovens adultos. Sendo o “batismo” nesta droga lícita, apenas o primeiro passo na direção de outras substâncias psicoativas, inclusive às ilícitas. Isto certamente justifica alguns números do sistema carcerário brasileiro, onde cerca de 80% das mulheres encarceradas tem como motivo principal da prisão, crimes relacionados às drogas. E, segundo afirmação de quase 90% das próprias presas, estas ingressaram no mundo da criminalidade por incentivo ou determinação dos seus parceiros (maridos ou namorados).

Assim sendo, há de certa forma um contrassenso nesse inquestionável avanço social e de empoderamento do público feminino. Pois, apesar de cada vez mais independentes socialmente e dos avanços na liderança de empresas, grupos e até países, muitas destas mulheres, são facilmente dominadas e persuadidas por seus parceiros, certamente traídas pelo seu forte, mas sensível coração feminino. Ou seja, “o amor é cego, e cega”, mesmo as inteligentes, cultas, astutas e “independentes” mulheres.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB