Seus filhos vão lhe perguntar em poucos anos pela baleia a que você assistiu no cinema. A baleia fala sobre o peso das coisas fala sobre o peso da religião na nossa vida, fala sobre o peso real dos alimentos, fala sobre o peso de ser diferente, fala sobre o peso de tudo, o peso da educação, o peso de não ter uma vida digna, o peso do inverno, o peso da chuva, o peso de ter que construir uma família, o peso de não ser uma família construída, o peso de você querer crescer e você é justamente o peso de tanta coisa que a gente leva engasgado na garganta.

A baleia fala do peso do bullying, do peso de não ser aceito na sociedade, do peso de viver à margem, do peso da educação errônea, do capitalismo, das indústrias, o peso das dietas, o peso da saúde, o peso do plano de saúde.

O peso está na nossa consciência, o peso da culpa! E o peso de viver em uma família disfuncional? O peso da mentira, o peso da honestidade, o peso de se esconder, o peso de enganar alguém e o peso da sinceridade? É duro o peso de ver a vida passar e achar que ainda não fez nada e mais duro ainda o peso de ver a vida passar e saber que não dá tempo de fazer tudo. Dói o peso de sermos egoístas, o peso das drogas, o peso de sermos instantes, o peso impactante da hipocrisia.

A Baleia não sai da história de Mobydick, ela sai de dentro de nós, o peso de levar tudo nas costas, os impostos, as opiniões, as castrações, as doenças físicas, as doenças mentais, a solidão, os arrependimentos, os traumas, a gordofobia e um mar de preconceitos estimulados pelas seitas que não aceitam ninguém diferente ou fora dos padrões. E o pior peso de todos, o peso da alma!

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