João Pessoa, 10 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pra bom entendedor, meia palavra basta. É o que
preconiza o sábio adágio popular brasileiro. Quem viu
a ostensiva participação do governador no Encontro do
PSB, pensado e estruturado, para referendar Estelizabel
Bezerra, não precisou de frases inteiras para perceber
o envolvimento total de Ricardo com a pré-candidata
socialista.
Mas a sequência dos fatos também tem forte e representativa simbologia. Dois dias depois, Ricardo viaja
a São Paulo carregando a tiracolo o secretário Nonato
Bandeira, também pré-candidato do seu grupo em João
Pessoa pelo PPS.
Longe dos holofotes e das pressões, os dois cer-
tamente tiveram tempo para fugir da oficialidade da
agenda e mergulhar na efervescente pré-campanha da
Capital.
Por dedução dá pra imaginar que alguém tentou convencer alguém, se é que um ou outro
tem leitura diferente ou não combinada a respeito do
processo em curso.
Durante esses dias, entusiastas da postulação de
Estelizabel cogitaram entre si, no mínimo, que a tese da
dupla candidatura da base não resistiria ao desembarque
no Castro Pinto. ‘Bandeiristas’ devem ter sonhado as
últimas três noites com um Ricardo ‘convencido’ a pelo
menos adiar o soar do martelo. E o que se viu na volta
foi um Nonato mantendo o discurso de candidato. Uma
incógnita na cabeça de muita gente.
Prato de entrada – Logo na chegada,
Nonato Bandeira deixou no
ar duas premissas: não tem
apetite algum pra disputar
a Prefeitura pela oposição e
nem muito menos fome de
ser candidato a vice.
Ponderação – Bandeira não quis
classificar como “erro”, mas
enxergou certa pressa do
PSB em definir a pré-candi-
datura, poucos dias depois
da desistência do então
candidato Luciano Agra.
Um ‘defeito’ como atributo – Estelizabel Bezerra não se intimida com o
desafio de enfrentar nas urnas, provavelmente, dois
ex-governadores (José Maranhão e Cícero Lucena).
A militante girassol até que acha que essa ‘desvanta-
gem’ pode lhe beneficiar no campo de crescimento.
“Não ser conhecida até que me favorece”, pontua.
Migração no Jardim Girassol – Nem as mais vistosas pétalas conseguiram decifrar
qual será o destino dos cabos eleitorais que votariam em
Estelizabel pra vereadora. Sabe-se, entretanto, que esses
votos só não devem migrar pra vereadora Sandra Marro-
cos. E ela sabe o porquê.
Efeitos do pós-Agra – Linguarudos da oposição garantem ter em poder
resultado de recentes pesquisas que apontariam migração
considerável de intenção de voto para o time oposicio-
nista, após a desistência do prefeito Luciano Agra. Se for
verdade, é de preocupar. Os governistas.
Alvo – Na ânsia de vasculhar
a qualquer preço a vida do
ministro Aguinaldo Ribeiro
(PP), a Folha de São Paulo
tem exagerado na dose e
no grau da lupa mirada no
paraibano.
Na cola – Empresário que pres-
tou serviços ao gabinete do
deputado, cujo sobrenome
é idêntico ao da esposa de
Aguinaldo, foi inquirido
pela Folha, “suspeito” de
ser parente do ministro.
Tolerância zero – “Não conheço e posso
afirmar que até a geração
do meu bisavô, essa senho-
ra não tem ligações comigo.
Nosso estado é pequeno,
mas nem tanto”, respondeu
o empresário.
Rompimento – Não chamem para a
mesma mesa o secretário
Manoel Ludgério (PSD) e
o advogado José Mariz. A
relação pessoal e profissio-
nal dos dois atravessa uma
Barra de Santana.
Engrossando o caldo – “Agora é só botar lenha na caldeira”. Do depu-
tado Toinho do Sopão, que
de tanto mexer o caldeirão,
conquistou o tempero do
controle da direção do PTN
da Capital.
Marketing -Em Campina Grande, já circulam adesivos vermelhos com a sugestiva frase: “Campina Tá melhor”. Não deve ter sido só o colunista que assimilou a cristalina frase subliminar.
Fora do ar – O líder da oposição,
André Gadelha, dedicou as
últimas horas ao acompanhamento assíduo da saúde
de sua mãe, internada em
Sousa vítima de complicações cardíacas.
Descontração – “Diga senador”, bradou o governador Ricardo
em Brasília, para espanto
do vereador Durval Ferreira (PP). “Você tem pinta
de senador”, completou
Coutinho. Durval só riu.
Sagrado – O deputado Armando
Abílio (PTB) já decidiu: vai
se ‘sacrificar’ na Câmara,
mas reservará agenda de
sexta à segunda para seu
programa de rádio e con-
sultório médico.
Pingue-pongue – Pergunta de um jor-
nalista: “Damião Feliciano
vai deixar o senhor ser
candidato?”. Resposta
sorridente de Geraldo
Amorim: “Pelo menos até
junho ele deixa, né”.
Pingo Quente
“Que reunião é essa?”
(Do deputado Gervásio Maia ironizando a reunião de segunda-feira que definirá o candidato a prefeito do PMDB em João Pessoa).
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OPINIÃO - 22/11/2024