João Pessoa, 11 de abril de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Depois de 10 horas de voo, saindo de João Pessoa, chegamos a Johanesburg, na África do Sul, cidade situada entre o mar e as montanhas que nos encanta com o desenvolvimento e a beleza extasiante daquele país. Salta aos olhos a pujança do progresso que se encontra em toda parte. Isto é demonstrado através das inúmeras construções de edifícios existentes nos bairros, requintados restaurantes que oferecem especialidades gastronômicas de diversos países, o que faz-nos sentir em casa. Com relação aos aspectos físicos da cidade destacam-se: sua limpeza, ruas largas e avenidas arborizadas, transparecendo muito cuidado e zelo, com praças e jardins de canteiro cheio de flores e roseiras com banquinhos para os que desejarem desfrutar de sua paisagem, ou reunir à sombra de suas árvores, pois há todo um clima e ambiente propício. As árvores que enfeitam as ruas e praças, por incrível que pareça, são os jacarandás do Brasil, que dão flores de cor roxa de rara beleza e deixam a cidade ainda mais linda. Encontramos grandes shoppings onde se pode comprar produtos de marcas famosas do mundo, com organização e bom gosto. Não vi pobreza nem miséria. O Hotel D” AVINCI, situa-se no principal Shopping da cidade, todo decorado de preto e branco simbolizando a união entre negros e brancos. Uma maravilha de decoração.
Ao sair de Johanesburgo fomos para a cidade de Sun City que fica a quatro horas de distância. Nos hospedamos no Hotel Palace of The Lost City. Ficamos maravilhados com o que vimos e o tratamento que nos foi dispensado. O Palace, de funcionalidade indescritível, se destaca pelo atendimento à clientela, sempre feito por funcionários treinados e prestativos. Uma coisa é viver e sentir e a outra é ouvir falar. O ambiente deslumbrante e impactante nos deixa extasiados, parecendo nos levar ao mundo mágico da fantasia. O lugar suscita uma emoção estética que nos deixa estonteados e sem palavras a descrevê-lo.
Ao saímos de Sun City embarcamos num avião Express, pequeno, tubo hélice com capacidade para 70 pessoas. Com uma 1 hora e meia estávamos descendo no meio da selva. Não existem taxis. Fomos recepcionados por funcionários do hotel que nos aguardavam em um jipão. A partir desse momento tivemos a impressão de que entravamos em clima de aventura. As malas foram em cima conosco.
As estradas, todas de barro, carroçáveis, adentravam à floresta, pois o campo de pouso ficava a 10 quilômetro do hotel e a partir daí já fomos vendo toda espécie de animais: elefantes, veados, zebras, onças, leões e outros… Tem-se a sensação de estar vivendo um filme de Idiana Jonnes. Hospedamo-nos no hotel Kapama River Lodge. Cada vez mais a África nos surpreende. O hotel oferece modernas instalações e conforto dispensados pelas melhores redes hoteleiras. Um espetáculo! Nunca podíamos imaginar que no meio da selva, em plena mata existisse conjunto turístico daquele porte e com aquela infraestrutura. Na verdade, desfrutamos do local e dos atrativos que ele oferecia.
O tempo era ocupado diariamente com dois safáris, um às 5h da manhã e outro às 16:30 horas, voltando à noite, pois o forte do hotel é proporcionar o contato direto do homem com a natureza e os animais. Ambiente interativo que nos mostra que essa convivência é possível. Mais uma vez o povo africano nos dá uma lição de vida e um exemplo. Cada safari durava em média quatro horas. Andávamos de jipe e durante o percurso íamos parando e vendo os animais: elefantes, leões, tigres, leopardos, búfalos, girafas e tantos outros de menor porte. No meio do passeio dava-se uma parada e pequena mesa era posta em região descampada e segura, nos sendo servidos petiscos, drinks, refrigerantes, vinhos para escolher. Feito o lanche, continuávamos o safari. Um segurança armado nos acompanhava, o que nos deixava tranquilos.
De volta ao hotel, já noite, éramos recepcionados com um lauto jantar à luz de velas, com gastronomia típica local à base de produtos de caça e pesca da região, além da cozinha internacional, regada aos melhores vinhos fabricados na África. O jantar permitia a integração com os nossos guias e companheiros do safari. Formávamos um grupo de nove pessoas. O ambiente estabelecido era muito agradável, acolhedor, descontraído, o que nos deixava muito à vontade. Reuniões memoráveis.
Da selva fomos para Cape Town e mais uma vez a África expressa atributos em sua paisagem que nos deixa atônitos, despertando nossa admiração. Encontramos uma cidade encantadora, situada entre as montanhas e o mar. Esta localização geográfica a faz uma cidade privilegiada pelo contexto exótico e precioso da natureza, tornando-o inédito ao se apresentar. Como tudo que foi visto na África do Sul, essa região aparenta ser a mais próspera e desenvolvida economicamente. Isto transparece pela quantidade de navios, iates, lojas, shoppings, restaurantes, bares, boates e museus etc.
Um ponto turístico que não podíamos deixar de visitar devido a sua importância histórica foi o Cabo da Boa Esperança, que se localiza ao sul da Cidade do Cabo, a oeste da baia Falsa, na província do Cabo Ocidental, na África do Sul, chamado por Bartolomeu Dias de Cabo das Tormentas, pela tempestade que em sua época enfrentaram. É aí que o Oceano Índico se une com o Oceano Atlântico e onde estão as maiores correntes marítimas do mundo. A cor do mar é de um azul lindíssimo, degradê, que vai da cor azul-celeste bem clarinho, ao azul marinho oferecendo uma vista rara e única.
Chama-nos atenção logo no primeiro contato e merece destaque, o povo africano, que faz essa nação ainda mais grandiosa, pela sua lhaneza, educação, docilidade e alegria. Transmite-nos felicidade e parece nos comunicar que ali o mundo é melhor e que as pessoas são boas e que mesmo nas adversidades tem tudo para ser felizes, pois são o exemplo. Com tanto sofrimento no passado, a que foram submetidas não a fizeram amargas e revoltadas, pelo contrário, superaram e nos demonstram muita generosidade, grandiosidade e ainda espírito de serviço. Estão sempre dispostos a se doarem e até mesmo quando não solicitados são espontâneos. Está em seu sangue.
Essa constatação no povo africano parece nos falar de que não vale a pena guardar rancor nem mágoas, pois não nos levam a nada, só nos tornam menos humanos. O seu comportamento amável nos diz que só o amor constrói e nos faz sentirmos verdadeiros homens, diferentes dos animais irracionais. Isto o povo africano sabe e sente muito bem, pois percebe-se que este povo tem relacionamento com os animais, e essa convivência naturalmente o fez aprender muito, principalmente em respeitá-los e estabelecer limites entre as suas diferenças. Esse aprendizado incorporado faz o povo africano ser diferente em sua maneira de ser. Apresenta-se dócil e humilde de coração.
Essa viagem constituiu-se num aprendizado dos mais valiosos e numa lição para toda a vida. O indivíduo pode apresentar-se humilde, dócil e prestativo, sem que essas atitudes signifiquem submissão e fraqueza, e sim grandiosidade e superação, sendo o sentimento do amor a bússola norteadora das suas ações e de seu habitat, exemplo revelado por seu líder maior, o pacificador, o presidente Mandela, que numa vida de luta, dedicação e caldeamento de raças num símbolo máximo de fraternidade foi o que possibilitou ao seu povo, agindo de dentro para fora, ser o seu próprio agente transformador.
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OPINIÃO - 22/11/2024