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Kadafi teria doado verba para eleição de Sarkozy em 2007, diz site

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publicado em 28/04/2012 ás 16h34

O site francês Mediapart divulgou neste sábado um documento do serviço secreto da Líbia, indicando que o ex-ditador Muamar Kadafi teria ajudado a financiar a campanha presidencial de Nicolas Sarkozy em 2007. O documento é assinado pelo então chefe do serviço secreto líbio, Moussa Koussa, que afirma que o governo líbio decidiu apoiar a campanha eleitoral de Sarkozy com “uma quantia de 50 milhões de euros”, sem especificar qual o destino desse dinheiro. Koussa diz ainda que um acordo de princípios foi fechado após reunião realizada em 6 de outubro de 2006, com a presença de autoridades líbias e francesas.

Kussa acrescenta que esse acordo ocorreu depois da reunião realizada em 6 de outubro de 2006, da qual participaram, “do nosso lado, o diretor dos serviços de informação líbios (Abdullah Senussi) e o presidente do Fundo Líbio de Investimentos Africanos (Bashir Saleh), e, do lado francês, o senhor Brice Hortefeux e o senhor Ziad Takieddine”. Em resposta à acusação, o ex-ministro do Interior da França, Brice Hortefeux, declarou jamais ter se encontrado com Moussa Koussa ou com Bashir Saleh, homem-chave do antigo regime líbio e que atualmente está na lista de procurados da Interpol.

Não é a primeira vez que o site Mediapart aborda o assunto, mas é a primeira vez em que mostra um documento. Em meados de março, Sarkozy classificou como “grotesco” um eventual financiamento líbio de sua campanha presidencial em 2007. Neste sábado, o presidente não reagiu à publicação do documento. Seu porta-voz atribuiu o vazamento à equipe do candidato socialista François Hollande.

O adversário de Sarkozy nas urnas, por sua vez, cobrou explicações sobre a história:

— Diante de tais elementos graves, Sarkozy deve se explicar para os franceses. Se os fatos revelados pelo Mediapart forem definitivamente confirmados por outros documentos ou por investigações judiciais, será possível estabelecer que o presidente mentiu para os franceses para dissimular a realidade de um grave assunto do Estado — afirmou Bernard Cazeneuve, porta-voz de Hollande.

Presidente rejeita acusação de DSK

Durante um evento de campanha, Sarkozy negou as acusações do ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn sobre um complô político que teria sido montado para derrubá-lo, com o episódio de acusação de agressão sexual por parte de uma camareira de Nova York. Segundo DSK, o escândalo teria sido armado por pessoas da equipe de Sarkozy, do conservador partido UMP, para inviabilizar sua candidatura à Presidência pelo Partido Socialista. Após a prisão do ex-diretor do FMI, o PS acabou optando por Hollande.

— Digo ao senhor Strauss-Kahn para se explicar à Justiça e poupar os franceses de seus comentários. Respeito muito o princípio de inocência, mas quando alguém é acusado do que (ele) foi acusado e tem o mínimo de dignidade, deve ter a decência de se calar — afirmou Sarkozy.

O Globo