Sono que não vem.

Pensamentos que não param.

Barulhos quietos ensurdecem sua mente.

Já não há mais nenhum traço de lucidez.

Freneticamente ele tenta fingir não sentir.

Com quantas paranóias se faz uma insônia?

Achou que fosse dessa vez.

Que a paz finalmente reinaria.

Não consegue mais decifrar qual a origem da dor.

A luz apareceu, parecia o final do túnel.

Ele, finalmente, havia providenciado tudo.

Por fora, tudo no lugar.

Não como desejado, mas como necessário.

Ao final do percurso, desilusão.

Tudo estava lá, como antes, todas as sensações que ele já conhecia.

Apenas uma era nova, e, como já era de se esperar, tornava todas as outras insignificantes.

Percebeu que era inútil qualquer esforço.

Nada. Nada poderia mudar o que ele, sem querer, permitiu-se conhecer.

O mundo, como ele um dia viveu, não existia mais.

Bebeu, chorou, lamentou.

Conformou-se. Como vai reagir amanhã, não sabe.

Mas, finalmente o fármaco fez efeito. Ou Hypnos, talvez.

Por hoje, ele vai dormir.

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