João Pessoa, 21 de abril de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Um desses senhores de toga, dito de reputação ilibada, desembargador da justiça federal do Paraná, teve a ousadia e destempero de dizer que seu Estado tem condições morais e/ou intelectuais superiores as dos Estados nordestinos e nortistas.
Disse assim, na lata, desprovido de qualquer filtro moral ou intelectual que pudesse conter o desvairo do mentecapto. Isso é intolerável sob quaisquer perspectivas, venha de onde vier, mas vindo de um homem encampado da institucionalidade da Jurisdição, a coisa se torna muito feia e repugnante.
E contraditório já que, em suas barbas, a “Operação Lava jato”, enlameou o sistema de justiça, provocou danos irreparáveis a cidadãos, quebrou a economia nacional e enfeou a instituição de que ele faz parte, não se vendo do aludido senhor, seja como cidadão, seja como magistrado, um pio sequer de preocupação ou de condenação aos desmandos de Curitiba.
E nem falo, porque generalizar seria incorrer no mesmo erro, das atrocidades ou dos casos explícitos de corrupção que, vez ou outra, explodem nos noticiários ocorridos no Paraná, sem mencionar alguns de notável ofensa aos direitos humanos mais elementares.
Também não irei comparar a cultura daquele Estado com as dos Estados vilipendiados pela fala do magistrado. E digo assim por que, se ficasse apenas na seara das letras jurídicas, aqui mesmo pelas bandas do Nordeste, ai meu Deus, não teria nem comparação: Rui Barbosa, Tobias Barreto, Pontes de Miranda, Epitácio Pessoa…Não, não dar para comparar com Moro ou com Dallagnol, esses pobres coitados de interesses tão mesquinhos. Na música? Nas artes? Seria risível qualquer comparação. Tu não sabes de nada, Senhor desembargador.
A atitude desse juiz é imperdoável e desprezível. Talvez esse tipo de gente se julgue, pelo simples fato de ser do sistema de justiça, homem, branco e hétero, superior aos outros, como se possuísse uma marca divina de moralidade, daquelas de nascença.
De tudo isso uma constatação salta aos olhos: o desembargador é preconceituoso e asqueroso, merecedor dessa rima pobre, sem prejuízo de outras reprimendas, inclusive legais. Urge, pois, que se diga uma verdade a esse homem: ei, bicho escroto, acorde!
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