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Juro que é verdade e há provas. Nesses esquemas revelados pela finada operação lava-jato é impressionante o que a mídia deixou escapar, fatos que com certeza serviriam para um excelente roteiro de cinema destinado a um Oscar.
Os mensageiros das construtoras envolvidas na safadeza costumavam marcar com os destinatários das propinas as datas e locais para entrega dos milionários valores. Ocorre que algumas vezes havia desencontro e aquela dinheirama toda ficava na mão dos mensageiros, sujeitos a pessoas desonestas, né?
Segundo André Santana, que trabalhava na campanha Dilma/Temer com os marqueteiros João Santana e Mônica Moura, em fins de 2014 ele recebeu em um quarto de hotel de luxo em São Paulo um milhão e meio de reais pagos pela Odebrecht. Em seguida entrou num taxi carregando uma mala enorme e 15 minutos depois o automóvel foi fechado por 2 veículos, de onde desceram homens malvados que levaram a tal mala. Voltou para Salvador sem nada.
Hilberto Mascarenhas, também da Odebrecht, contou que precisava pagar uma propina e entregou ao doleiro Ivaro Novis 8 milhões para que este levasse a grana até o destinatário final. Como houve desencontro entre o doleiro e o, como direi…safado, a grana foi levada em uma mala e escondida numa baia de cavalo no Jockey Club do Rio de Janeiro. No outro dia a grana havia desaparecido e o doleiro teve que cobrir o prejuízo. Como? Durante um ano descontaram 50% das suas comissões devidas na operação desse “mercado”.
Porém a história que eu mais gosto é a do pretendente a bandido que recebeu 4 milhões de dólares para entregar dois dias depois ao… deixa prá lá. Pegou a mala e escondeu-a na casa de sua mãe, que morava em um condomínio de luxo. A doce senhora, já avançada na idade, sofria de perda de memória e adorava a visita do filho único. No dia da entrega da grana o sacripanta voltou à casa da mãe para pegar a mala e foi avisado pelo porteiro que supostos agentes da polícia haviam procurado por ele, indo até a casa da matriarca e saíram meia hora depois.
Com o coração na boca o coiso desceu esbaforido do carro e encontrou sua mãezinha radiante, porque havia recebido a visita de alguns rapazes muito gentis que tomaram café e comeram biscoitos com ela. Ao final da visita levaram uma mala que eles disseram ter sido guardada para eles. Daí pra frente, sempre que o filho a visitava, ela perguntava se os seus amigos não voltariam para uma nova visita. E suspirava: “- Como eram simpáticos aqueles rapazes”.
Tenho algumas dessas histórias acontecidas aqui na Paraíba com políticos muito importantes, mas talvez não interesse a vocês, né?
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OPINIÃO - 22/11/2024