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Apesar das várias denominações acima descritas, trata-se da mesma substância, com nomes diferentes. As denominadas drogas K ou “maconha sintética”, têm como base canabinóides sintéticos, e surgiram em laboratórios americanos no início dos anos 2000. Não se trata de uma maconha sintética, contudo, tem sido assim denominada pelo fato deste canabinóide, que é feito em laboratório, se ligar ao mesmo receptor cerebral que àqueles da maconha comum, mas em uma potência de até 100 vezes maior.
Esta droga ainda é pouco conhecida pelas autoridades e quase não houve divulgação pela mídia nacional. Surgiu no Brasil há poucos anos, mas já tem presença marcante nas “cracolândias” paulistas e também invadiu a maioria dos presídios brasileiros. A aparição e a disseminação desta substância já é numa das maiores preocupações das autoridades de saúde e segurança pública, face aos danos devastadores da mesma aos seus usuários.
Na sua essência, a “maconha sintética” (drogas K) é uma mistura de produtos químicos industriais com moléculas sintéticas de THC (tetrahidrocanabinol), pulverizados sobre qualquer erva seca, por isso mesmo também a batizam de “spice” (tempero).
Esta substância também é anunciada na internet como sendo um odorizador de ambientes, com nomes como: “High Legal”, “Black Mamba”, “Cannabis Blends”, Hi-5, “pirepaque do chaves”, e dezenas de outras denominações.
Ela é projetada para se parecer com a maconha natural, mas, na maioria das apresentações, não possui o aroma e nem a aparência desta erva. É comum também vir disfarçada de incenso e ervas aromatizadoras como a camomila ou o orégano, por exemplo.
De acordo com o NIDA – o Instituto Nacional de Abuso de Drogas, dos EUA, os usuários ao consumirem esta droga, podem experimentar ansiedade extrema, paranoia, alucinações, agitação, náuseas, vômitos, hipertensão arterial, convulsões, pânico, incapacidade de comunicação, e, por vezes, agirem com violência.
Segundo alguns estudos científicos, a “maconha sintética” surgiu na década de 90, na Carolina do Sul – EUA, quando o químico americano John W. Huffmann, começou a sintetizar canabinóides, na busca de medicamentos para o alívio do sofrimento de pacientes de AIDS e câncer, mas que acabou por fim se tornando uma droga perigosa.
A fiscalização e controle das drogas sintéticas em geral representa um desafio maior para as autoridades, por vários motivos. Apresentam-se de formas variadas e minúsculas, podendo ser confundidas com drogas terapêuticas legais; comumente são mais concentradas em princípio ativo, portanto, com alto poder de vício e danos aos usuários; são facilmente camufladas pelos traficantes, uma folha de papel tamanho A4, por exemplo, poderá conter até 1,2 micropontos ou selos (doses) desta droga, pois esse canabinóide sintético, na sua origem, é líquido e sem cheiro, podendo assim, ser borrifado em ervas secas, cigarros de tabaco etc.
O fato de existirem várias nomenclaturas da “maconha sintética” não tem relação com a potência maior ou menor da droga. Como já citado, trata-se da mesma substância, e o que normalmente muda é a maneira como essa se apresenta: seja em papel borrifado com a substância, seja em selo, micropontos, pequenas pipetas, misturada em ervas para fumo em cigarros ou em forma de sais para inalar.
Por tudo isso, é unânime a opinião dos estudiosos que, em relação às drogas, o maior problema da sociedade contemporânea são as sintéticas. Portanto, como sabemos que é difícil impedir com eficiência que estas cheguem aos usuários, o poder público e a sociedade civil organizada precisam se unir na implementação de campanhas educativas preventivas, direcionadas especialmente ao público jovem, cujo conteúdo leve em consideração as culturas e realidades locais deste Brasil continental, pois só assim será possível minimizar mais este iminente risco que bate a nossa porta.
Afora isso, nunca é demais pedir a proteção divina para nos livrar de tamanha destruição provocada por essas drogas.
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OPINIÃO - 22/11/2024