João Pessoa, 22 de abril de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Carla Bruni Sarkozy e Valérie Trierweiler preferiram permanecer discretas durante a campanha eleitoral francesa. Mas, à medida que as eleições se aproximavam e davam como preferidos Nicolas Sarkozy e François Hollande, as comparações entre as duas possíveis primeiras-damas francesas passaram a ser inevitáveis, assim como a análise da influência que têm sobre os eleitores de seus maridos.
A atual primeira-dama francesa, Carla Bruni Sarkozy, dispensa apresentações. A ex-top model e cantora, de 44 anos, se casou com Nicolas Sarkozy em fevereiro de 2008. Muito fotografada no começo de sua relação com o presidente, desde que ficou grávida de sua filha Giulia, em 2011, ela desapareceu das páginas das revistas. Criticado no começo do mandato por expor sua vida privada, Sarkozy decidiu adotar uma postura diferente, mais discreta, com vistas às eleições presidenciais.
Carla Bruni-Sarkozy chega em seu local de votação, em Paris, neste domingo (22) (Foto: Benoit Tessier/Reuters)Em entrevista recente à revista "Nouvel Observateur", Bruni afirmou que os franceses “elegem um homem, não um casal” e que as pessoas não gostam quando a esposa do candidato aparece muito. Mas, desde o começo de abril, ela vem mostrando grande empenho na reeleição de seu marido através de aparições raras, mas eficazes.
Na quarta-feira (18), alguns dias antes do primeiro turno, ela utilizou o Twitter oficial de Sarkozy para dizer: “pego emprestada por um momento a conta do meu marido para cumprimentá-los, queridos followers. Obrigada pelo apoio! Carla”. É difícil saber qual a influência de Bruni na campanha de seu marido, mas depois de algumas horas, a frase “pego emprestada a conta do meu marido” já aparecia entre as 10 mais buscadas do dia na Internet.
Ela também marca presença em comícios de Sarkozy e faz questão de elogiar seus discursos, que considera “maravilhosos” e “emocionantes”.
Carla Bruni é uma figura ambígua na França. Por um lado, esta rica herdeira de uma família italiana, corresponde à imagem da esposa ideal para um presidente criticado por ter um estilo de vida ostentatório. Por outro lado, a cantora que já chegou a se definir como “epidermicamente de esquerda” surpreendeu os fãs ao revelar sua relação com o presidente de direita.
Dona de casa –Valérie Trierweiler gosta de se definir como uma dona de casa e diz que não é uma mulher política. Ela afirmou em entrevista recente, para o jornal "Libération", que colabora na campanha do namorado, François Hollande, cuidando de suas roupas e das balas de mel para sua garganta.
Difícil de acreditar, já que esta jornalista, de 47 anos, trabalha desde 1988 cobrindo a vida política francesa. Ainda que afirme não influenciar o namorado, Trierweiler não abriu mão de sua sala na sede de campanha do partido socialista na rua Ségur, em Parisx. Mas diz que só a utiliza para responder e-mails e organizar a agenda. Para Trierweiler, Hollande é um excelente estrategista e não precisa de seus conselhos.
Trierweiler x Bruni – A jornalista é consciente que as comparações com a atual primeira-dama são inevitáveis, mas afirma que ela e Hollande nunca serão um casal midiático como Nicolas Sarkozy e Carla Bruni.
De origem modesta, com uma imagem de mulher independente e trabalhadora, seria fácil acreditar que a namorada do candidato socialista conquistaria o coração dos franceses diante da burguesa Carla Bruni. Mas uma pesquisa do canal de televisão ITélé revelou que os franceses acham Trierweiler “esnobe e distante”.
Se Holande parece vencer Sarkozy facilmente no segundo turno das presidenciais francesas, para Trierweiler vai ser difícil bater o carisma da ex-top model, considerada pela revista "Forbes como uma das mulheres mais poderosas do mundo.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024