João Pessoa, 29 de maio de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O assunto de hoje, leitor, leitora, é para as pessoas que trabalham com comunicação, especialmente jornalistas, repórteres. Se você não faz parte da área, não tem problema, pode ficar. Puxe a cadeira e vamos trocar ideias, algo indispensável ao ser humano.
Antes de ir direto ao assunto, preciso, como sempre, dar umas voltas, contextualizar. E começo dizendo que a internet é terra de muitos habitantes e que cada um pensa de um jeito e pode fazer o que quiser. Com as redes sociais, onde o bermudão e a lambisgóia fazem caras e bocas interessados em curtidas mentirosas, a coisa é mais forte do que o sol do meio-dia. Até aí nenhuma novidade.
O que vem chamando a atenção, todavia, é o trabalho (ou não) de sujeitos que se alçam a condição de repórter. Graças à facilidade de se possuir um aparelho celular e microfone de quinta categoria, homens e mulheres se expõem, fazem perguntas a personalidades, pintam e bordam.
Conversando com uma amiga nestes dias, ela disse algo o qual chamou a minha atenção. Falávamos sobre a aparição de pessoas que, sem técnica alguma, falam pelos cotovelos, entrevistam e formam opinião. Lá pelas tantas – avaliando o quanto isso tem mudado o mercado dito jornalístico – ela diz uma frase certeira: “Está todo mundo com um microfone na mão”. Supimpa!
Não há estudo, não há preparo, não há produção… qualquer pessoa, sim, eu disse qualquer pessoa pode ser intitulada de repórter e sair por aí cobrindo acontecimentos, situações, eventos de toda sorte. Basta ter boa desenvoltura, simpatia e… a coisa ganha sentido. Blogs, sites midiáticos e afins vêm faturando dinheiro por causa de conteúdos assim.
Mas aí faço um questionamento a você que cruza a retina por esse texto, assim como fiz a essa minha amiga: qual a diferença entre jornalismo e aquela pessoa que gosta de aparecer no vídeo e vomitar assuntos e perguntas toscas? Nos dias de hoje… parece até difícil de encontrar a resposta.
Há quem diga, também, que o fazer jornalismo vem sofrendo mudanças a fim de se enquadrar nessas plataformas que exigem pouca inteligência, mas muita futilidade.
O verdadeiro jornalista se prepara antes de entrar em campo, busca se pautar para levar ao público as informações apuradas e coesas. O jornalista precisa ler, ler e ler. Saber de tudo um pouco e escrever no intuito de praticar a escrita e passar uma mensagem clara e objetiva também estão entre suas principais tarefas. Diploma é importante, sim, mas talento e querer fazer são diferença ao profissional.
Por fim, cabe ao leitor, ouvinte e telespectador distinguirem o falso do verdadeiro, o bom do ruim. Isso precisa de muita atenção e sensibilidade – coisas bem difíceis de achar hoje em dia.
Ainda sobre o assunto
Já que o assunto de cima é complexo (e até polêmico), continuo dizendo que estou querendo ler o livro “A Psicologia da Estupidez”, de Jean-Francois Marmion. O melhor do livro é o subtítulo: “Não existe um mundo sem idiotas. E lidar com eles é um desafio…” Perfeito. Tudo a ver com a era digital vivida por nós todos. E não querer viver ou ir na contramão da maioria é ser careta. Paciência.
Censo mais que atual
Piada? Brincando se diz verdades. No livro “A Fina Flor – de Stanislaw Ponte Preta”, (1923/1968) cronista excepcional, ele diz que numa cidadezinha do interior (não digo o nome) o pessoal estava encrencado, fazia tempos que a população não aumentava. Chamaram pesquisadores do IBGE e descobriram que a cada filho que nascia um pai sumia… Piada? Hummm…
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