João Pessoa, 01 de junho de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Sempre gostei de crianças e não é à toa que tenho seis filhos. Se não bastasse, me realizei profissionalmente trabalhando numa unidade judiciária que cuida justamente da proteção integral dos pequeninos. Muita gente não pensa assim e nem por isso está errada. Gostar ou não dos petizes é escolha de cada um.
Acontece que vem crescendo no país – muito antes do isolamento social em decorrência da pandemia da Covid-19 – um posicionamento adotado por restaurantes, hotéis, pousadas e até companhias aéreas, denominado de “childfree”, que vem a ser no nosso idioma “livre de crianças”. Ou seja, não aceitam crianças com menos de dez anos em seus recintos. Países como Estados Unidos e Canadá já adotaram essa onda desde os anos de 1980, quando adultos sem filhos se sentiam discriminados em recinto apinhado de guris.
Esses estabelecimentos chegam a anunciar que os clientes encontrarão o sossego merecido, pois ali não entram crianças. Alguns dizem que “não sou obrigada a aguentar crianças mal-educadas que não sabem se comportar”; “muitos pais não impõem limites” e “os estabelecimentos têm o direito de escolher quem vão servir”. Por outro lado, os que não concordam enfatizam que: “Será que todos aqui nasceram adultos e não lembram como é ser criança?”; “E se os restaurantes passarem a proibir também pessoas velhas, gordas e feias, será aceitável?”. A verdade é que o bom-senso deve prevalecer sempre. Pais precisam entender que certos ambientes não são apropriados para crianças pequeninas; que ali em pouco tempo irão se irritar e começar a chorar. Muitos não têm controle sobre seus filhos e os deixam aos berros nos restaurantes. Quem paga por paz e tranquilidade, evidente que fica irritado. Tim Maia só que queria sossego.
Alegam que na ceia larga não tinha criança, apesar de Jesus ter dito “Deixai vir a mim as crianças, não as impeçais…” (Mateus 19:14). E aí, a conta ou a saideira?
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TURISMO - 19/12/2024