João Pessoa, 17 de abril de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O governo argentino anunciou nesta terça-feira que vai revisar os "números" apresentados de forma "imprudente" pelos diretores da companhia petrolífera YPF, assim que tiver acesso as "informações secretas".
A afirmação feita nesta terça-feira é do vice-ministro de Economia e interventor da YPF, Axel Kicillof, diante do Senado argentino.
"Havia muitas informações [da YPF] que não estavam disponíveis para as autoridades", sustentou Kicillof, quem o meio empresarial considera com um dos principais articuladores da desapropriação da companhia petrolífera da espanhola Repsol.
Durante seu comparecimento ao Senado, onde nesta terça-feira começou o trâmite do projeto de lei de desapropriação de 51% das ações da Repsol na companhia petrolífera argentina, Kicillof disse que a "YPF serviu de fonte de recursos para solver a expansão internacional" do grupo espanhol.
ATAQUE A REPSOL
Kicillof, uma figura ascendente no governo da presidente argentina Cristina Kirchner, atacou diretamente o presidente da Repsol, Antonio Brufau.
Conforme o político, "empresários como Brufau entenderão o que estamos fazendo. A ideia é que não pensem mais em fazer expansão transnacional com recursos movimentados pela nossa companhia petrolífera", manifestou.
O vice-ministro detalhou que a "Repsol é uma companhia que buscou maximizar seu lucro, o que é legal, mas nessa busca os interesses do grupo se chocaram com os interesses do modelo de crescimento argentino, como inclusão social e dessa forma a convivência se tornou difícil".
Nesta semana, o governo pretende avançar na aprovação no Senado do projeto de lei de desapropriação para iniciar a tramitação na Câmara dos Deputados.
CRÍTICAS DO FMI
O economista do FMI (Fundo Monetário Internacional), Thomas Helbling, lamentou nesta terça-feira a postura imprevisível da Argentina, após o anúncio por parte do governo do país sobre a expropriação de 51% da companhia petroleira YPF, controlada pela espanhola Repsol.
"Penso que houve uma certa deterioração do clima para os investidores na Argentina nos últimos anos", afirmou o economista em coletiva de imprensa em Washington.
Ele advertiu ainda o governo argentino que as nacionalizações serão "prejudiciais" para o crescimento econômico do país.
De acordo com o FMI, o PIB (produto interno bruto) da Argentina, que em 2011 cresceu 8,9 %, será de 4,2% em 2012, e de 4% em 2013.
Folha.com
OPINIÃO - 22/11/2024