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Jornalista, cronista, diácono na Arquidiocese da Paraíba, integra o IHGP, a Academia Cabedelense de Letras e Artes Litorânea, API e União Brasileira de Escritores-Paraíba, tem vários publicados.

Algumas anotações

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publicado em 14/06/2023 às 07h00
atualizado em 13/06/2023 às 13h07
Releitura de Augusto
Voltei à leitura de Augusto dos Anjos (foto) com vontade de descobrir respostas às indagações do coração. Talvez buscando as minhas próprias sombras.
Augusto foi um poeta que produziu obra indomável, provocante. Por isso gostamos tanto dele. Escrevia para viver, para encontrar sua identidade. Por isso estamos todos no seu único livro.
A flor do silêncio
Vinícius de Moraes, o poeta que exaltou as mulheres com imensa poesia, sobretudo no amor sensual, continua insubstituível na sua revelação apaixonada pelas mulheres, tantos anos depois de sua morte.
Alguns poemas de sua autoria são irretocáveis quando falam de amor. O Soneto da Fidelidade é uma prova disso.
Quando recordamos este poeta, descobrimos uma relíquia: o poema “Silêncio”.
Como ele enalteceu as mulheres e o amor, neste poema:
“É o amor que te fala
É o amor que se cala
E que despetala
A flor do silêncio”.
Lições da professora
De uma entrevista da professora Ângela Bezerra de Castro, minha confreira na Academia Paraibana de Letras:
“Ler é a atitude fundamental, ou deveria ser a atitude fundamental do ser humano. Pois o homem só cresce, só aprende a ser o mundo, a compreender a si mesmo, a compreender os outros e a realidade onde vive, se ler. Um homem que não ler fica sem horizontes”.
Estudiosa da Literatura, dela pode-se dizer que o exercício da crítica literária é um trabalho de hermenêutica, suntuoso e abrangente na busca daquilo que a obra contém e esconde à vista do leitor comum.
Eduardo Portela diz “que criticar é infundir vida, é criar”. Alceu Amoroso Lima (Tristão de Athayde) nos ensinou que a crítica de arte não é para destruir ninguém.
Evangelho e intuição
Tinha concluído a leitura do livro “Evangelho e Instituição”, do monge beneditino Marcelo Barros, meu companheiro oblato do Mosteiro de São Bento de Olinda, com vontade de ler novamente a obra, o que agora realizei pausadamente, estudando-o.
Escrevo-lhe dando conhecimento dos abalos no espírito que me causou o livro, pois ajudou a compreender certas passagens abertas pela Bíblia. Antes e agora, a leitura trouxe a mesma referência para alimentar a alma e acalmar minha ansiedade na busca de Deus.
Muito me alegrou saber que o irmão Marcelo priorizou o olhar ao pensamento de padre José Comblin, a quem admiro e recebi palavras de estimulo às páginas que produzi sobre Dom Marcelo Carvalheira, que se encontram na abertura do livro a respeito do nosso arcebispo emérito.
Marcelo e eu somos discípulos de nosso Pai São Bento, a Dom Marcelo e Comblin, em cuja Regra nos espelhamos e serve de bússola aos nossos anseios de saciar a alma em busca de paz.
Minhas pérolas
Entre os amores da família que construí, afora a esposa que Deus me reservou para acalanto de minhas inquietações, coloco estas pérolas femininas a mim confiadas pela infinita bondade de Deus – minha filha Angélica e minhas netas Luana e Pérola – que, juntas, mudaram o rumo do meu viver e da minha poesia.
Dão inspiração e alegria.
Ilustração tela de Flávio Tavares

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