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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Cão que morde, não ladra

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publicado em 17/06/2023 às 07h00
atualizado em 17/06/2023 às 05h57

Ainda procuro em tudo a poesia do mundo. E a cada passo ela foge, como se o destino não estivesse interessado que homens e sonhos se encontrassem. Ainda procuro em tudo o poeta Carlos Drummond de Andrade.

Outro dia  um Dalmata me contou que uma criatura (não sei o sexo) anda dizendo que eu não presto nas rodas de seus terremotos fúteis. Meu Deus!

Mesmo mentindo, tal criatura atira uma e outra vez, suas poucas palavras, à folha em branco do higiênico papel. Tem gente sempre à procura de qualquer coisa para zarpar de seu mundinho.

E faz, não por mais nada, apenas para dar prova de é uma pessoa má.

As palavras escritas na parede acabam por desaparecer, nunca as palavras de Gentileza.

Alguma lavagem de roupa. mais decidida, talvez. No entanto, não devemos ficar tristes pelo que desaparece, nem pelo que dizem sobre a gente. Sim, esperançosos com o que nos espera, a poesia.

Gastou o verbo sem ter e a verba também, e ficou no passado a embaçar o espelho, tentando entender de onde lhe chegam as confusões mentais.

Não há nada para lá da realidade do que se vemos de fora. Apenas essa ideia de perseguir o insondável.

“Um diário não é um diálogo”, meu bem, disse-me Catherine Deneuve, na calçada do Pompidou, em Paris.

Primeiro não percebi se referia a mim ao falar com as páginas do caderno primário, no que me parecia estar totalmente zonzo ou sonsa. Não sei o sexo.

Guardar memória não passa por conversarmos conosco próprios. Isso é ficção. Daí o meu sossego, o sossego do poeta Fernando Pessoa. Cá fico eu numa rede de balanço, numa noite de São João. Olha pro céu, meu amor…

Num é que lembrei que, mesmo para se estar vivo, é preciso uma poética. Ele ou ela, não percebem, nem perceberão jamais.

Cão que ladra, morde? Num sei, perguntem ao Ibrahim Sued.

Kapetadas

1 – Vai chegar o dia que o brasileiro vai inventar o Sushi com arroz à piamontese. Tenho fé. Se não é que já inventou.

2 – Muita gente pensa que a escolha de um assunto é suficiente para fazer um bom texto. A maneira que você vai contar a história é tão (ou mais) importante que o assunto. Te dana!

3 – Som na caixa: “Será que sou feia? (Não é, não senhor!) Então eu sou linda? (Você é um amor!)”, de Adelino Moreira de Castro

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB