João Pessoa, 09 de julho de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
“Olha pro céu meu amor, vê como ele está lindo, olha pra aquele balão sem cor…” Já dizia meu professor Genildo de física que a cor preta é a ausência de cor! Uma região rica em trilhas, praias, enseadas, cachoeiras, lajedos e muitas festas que atrai qualquer pessoa que queira se divertir, o Nordeste oferece um São João para todos os gostos. É uma festa de cores e folguedos, uma linda comemoração herança da Espanha e Portugal, filha da cristianização de um rito pagão, o solstício de verão no hemisfério norte. A partir dessa data na Europa, o sol começa a baixar no horizonte (os dias começam a ficar mais curtos lentamente) e, para ajudar a estrela nesse transe, o astro é aquecido com as fogueiras em rituais de agradecimento pela colheita, fertilidade, além de pedidos de proteção para o restante do ano. Foi essa tradição que os colonizadores trouxeram para o Brasil, que se mescla com outras comemorações, musicalidades e instrumentos locais. Mas tem merecido mais atenção a descaracterização da festa, as fogueiras já são artificiais, as músicas estão insistindo no sertanejo como atração principal, as roupas estão monocromáticas ou infelizmente de cor preta!
Pra falar a verdade, deu muita saudade do xadrez vermelho e preto, que foi onde tudo começou a descaracterizar, mas pelo menos era xadrez e agora sumiu o vermelho e a gente conta com o imperialismo do preto onde quer que tenha até um xote tocando num trio pé de serra de enorme valor!
Pois bem, que acendamos a chama das roupas coloridas nessa festa secular, que comemoremos mais colheitas, que cada um faça um esforço pra deixar sua roupa preta no armário e usá-la numa festa “dark” ou na sua noite eletrônica de preferência. O mais doido disso tudo é que, ao chegar num velório qualquer você se depara com vestimentas coloridas mais juninas que as das pessoas à sua volta em uma noite de forró. Viva a ressaca de São João!
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OPINIÃO - 22/11/2024