João Pessoa, 11 de julho de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O uso indevido de drogas tem se constituído numa das maiores preocupações da sociedade contemporânea, haja vista os inúmeros prejuízos que esse desvio de comportamento tem acarretado, não só aos usuários e dependentes destas substâncias, mas também às famílias destes consumidores e à sociedade como um todo.
Não é novidade que os motivos que levam alguém a ingressar nas drogas são os mais diversos, portanto, difícil de serem enumerados com precisão em um rol finito. Mais complexo ainda é o papel de pais, educadores e demais profissionais, quando têm por missão persuadir usuários e especialmente dependentes destas substâncias a abandonarem tal consumo indevido. Especialmente porque não há como negar que, comumente, o consumo de drogas, provoca nos seus usuários, mesmo que de forma momentânea, sensações de desinibição, socialização e até prazerosas, transformando assim tais consumidores em presas fáceis, pois motivados pelas citadas sensações, sentem-se estimulados a repetirem tal comportamento.
É certo também afirmar que o sucesso no abandono do uso indevido de drogas está diretamente relacionado ao empenho, determinação e força de vontade do consumidor, e esta missão nem sempre é uma tarefa fácil para a pessoa, especialmente quando esta já tem a dependência instalada. Tal decisão e ação constituem-se certamente na empreitada mais complexa do processo de tratamento, pois, mesmo considerando a importância do papel dos pais e profissionais especializados na ajuda da conquista da abstinência, só quem pode parar com o uso, efetivamente, é o próprio usuário-dependente. Portanto, o sucesso desta batalha depende quase que exclusivamente dele.
Esta vitória frente ao uso indevido de drogas, muitas vezes se constitui numa luta difícil, mas é preciso lembrar que, ser difícil é diferente de ser impossível, e, portanto, se houver foco, determinação e persistência por parte do usuário, tal conquista é plenamente possível.
Assim sendo, ousamos enumerar algumas dicas que, uma vez seguidas, podem ajudar aos interessados a se afastarem das drogas. Vejamos: 1) O momento de parar é agora, ou seja, não se iluda achando que agendando uma data futura terá mais sucesso. Amanhã pode ser tarde. 2) Pare o consumo de uma vez, a diminuição gradativa embora utilizada com relativo sucesso por alguns, tem sido infrutífera na maioria dos casos. 3) Uma vez tomada a decisão pare com todas as drogas de abuso. Esta não é uma decisão fácil, mas uma vez superado o sofrimento e desconforto dos primeiros dias de abstinência, os resultados são bem mais promissores. A permanência do uso de uma substância, como álcool, por exemplo, evoca as memórias do consumo da droga principal, desencadeando geralmente “fissuras” (desejos quase incontroláveis de consumir a droga). 4) Mude o estilo de vida, ou seja, por um período considerável evite companhias e lugares como (bares, restaurantes etc.), em que costumava consumir a droga, pois estes muitas vezes são gatilhos que disparam o retorno ao consumo da droga. 5) Procure outras fontes de prazer. É preciso recuperar a sintonia com o mundo “careta”, retornando as antigas formas de prazer, hobbies do período anterior ao uso de drogas, amigos não usuários, e a vida social que não dependa de substâncias psicoativas, e 6) Capriche nos cuidados pessoais: aparência, alimentação saudável, exercícios físicos, esportes, espiritualidade (frequência a igreja / religião), etc. Estas são atitudes saudáveis e prazerosas, que produzem bem estar, pela liberação de neurotransmissores como as “endorfinas”, por exemplo, ajudando assim a controlar a ansiedade, o que facilita a manutenção da abstinência.
Por fim, reforço, que muitas vezes o usuário não consegue sucesso em sua luta solitária, ou apenas com o apoio da família, que na maioria das vezes também está adoecida pelo trauma e envolvimento emocional com o parente drogadicto. Assim, é hora de procurar ajuda de entidades cuidadoras como os CAPs-AD (Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas), Comunidades Terapêuticas, e ou pessoas como: amigos não usuários da confiança do usuário / dependente, líderes religiosos, grupos de autoajuda ou profissionais especializados (psicólogos, médicos), etc. Esta ação de pedir ajuda o quanto antes, é muito importante, haja vista que a dependência química é uma doença progressiva.
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OPINIÃO - 22/11/2024