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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Gal canta no final

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publicado em 11/07/2023 às 07h00
atualizado em 11/07/2023 às 05h00

Lembrei do show em que Gal Costa fala que teve um namoro com Fábio Junior e canta “O Que É Que  Há”, na turnê A Pele do Futuro, em 2019, que ela gravou num disco ao vivo.

Aquele momento, aquela Gal, a artista parecia feliz, falando de coisas da sua vida particular, que ela não costumava fazer e estava certíssima, mas naquele instante, no palco, fez-se muita sua impressão, uma nova Gal, bem feliz.

A vida é cheia de achados, a nossa vida e a dos outros. Esses outros, outras vidas,  o que uma pessoa faz e a outra faz que não lembra ou lembra vagamente, como aquela música, que Gal lembrou e cantou, termina por nos fazer refletir.

O verso triste – “Porque será que esse fogo, não queima o que tem pra queimar?,  é apenas uma pergunta que nos conduz ao lamento, por parte do sujeito poético, que quer que as coisas se façam, mas depois enxerga que era apenas especular, no querer retirar ilações parvas, e não é de ilações que estou querendo falar. Esquece.

A Revista Piauí deste mês de Julho traz uma reportagem com vinte e tantas páginas “A viúva de Gal” assinada Thallys Braga, com revelações  absurdas do comportamento da senhora Wilma T, que foi casada trinta com Gal Costa. Eu li e pensei – Gal  está em paz, Gal se libertou.

Não pensei duas vezes quando me meti no condomínio fictício Barra Diamond da série “Os Outros”  da Globoplay – com as flores no começo e as tragédias brasileiras para graça e desgraça dos moradores. Claro, a trama tem um miliciano no comando.

Com referências a filmes como “Deus da Carnificina e Relatos Selvagens”, a  primeira temporada da série do Globoplay “Os Outros” (e espero não ter outra)é a história dos outros, a nossa história, nesse ciclo de violência sem fim nas difíceis relações humanas.

Bom, não quero escrever sobre a minissérie, cuja produção dos roteiristas e atores, se sustentam. Amores, filhos, brilho e mortes.

As luzes apagadas, eu ali no quarto, vendo o final da série, quando surge um caminhão de mudança,  que sai do condomínio Barra Diamond  com uma familia despedaçada que volta para o bairro da Penha, e Gal começa a cantar “O Que É Que  Há”. Corri para o computador e só posso dizer isso – Gal salva a cena. Gal cantará sempre.

Não se pode ter tudo, né? A batalha da vida é essa, é lutar contra a obediência, contra o mal. Custa muito. Mas enfim, cada um em seu condomínio.

Kapetadas

1 – A cada “só se vive uma vez”, um arrependimento. Ou um alivio?

2 – O bom de ter várias redes sociais, é que fica uma para cada personalidade.

3 – Som na Caixa: “Meu nome é Gal”, Erasmo e Roberto Carlos

Veja aqui Gal Costa | O Que É Que Há (Vídeo Oficial)

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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