João Pessoa, 11 de julho de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Lembrei do show em que Gal Costa fala que teve um namoro com Fábio Junior e canta “O Que É Que Há”, na turnê A Pele do Futuro, em 2019, que ela gravou num disco ao vivo.
Aquele momento, aquela Gal, a artista parecia feliz, falando de coisas da sua vida particular, que ela não costumava fazer e estava certíssima, mas naquele instante, no palco, fez-se muita sua impressão, uma nova Gal, bem feliz.
A vida é cheia de achados, a nossa vida e a dos outros. Esses outros, outras vidas, o que uma pessoa faz e a outra faz que não lembra ou lembra vagamente, como aquela música, que Gal lembrou e cantou, termina por nos fazer refletir.
O verso triste – “Porque será que esse fogo, não queima o que tem pra queimar?, é apenas uma pergunta que nos conduz ao lamento, por parte do sujeito poético, que quer que as coisas se façam, mas depois enxerga que era apenas especular, no querer retirar ilações parvas, e não é de ilações que estou querendo falar. Esquece.
A Revista Piauí deste mês de Julho traz uma reportagem com vinte e tantas páginas “A viúva de Gal” assinada Thallys Braga, com revelações absurdas do comportamento da senhora Wilma T, que foi casada trinta com Gal Costa. Eu li e pensei – Gal está em paz, Gal se libertou.
Não pensei duas vezes quando me meti no condomínio fictício Barra Diamond da série “Os Outros” da Globoplay – com as flores no começo e as tragédias brasileiras para graça e desgraça dos moradores. Claro, a trama tem um miliciano no comando.
Com referências a filmes como “Deus da Carnificina e Relatos Selvagens”, a primeira temporada da série do Globoplay “Os Outros” (e espero não ter outra), é a história dos outros, a nossa história, nesse ciclo de violência sem fim nas difíceis relações humanas.
Bom, não quero escrever sobre a minissérie, cuja produção dos roteiristas e atores, se sustentam. Amores, filhos, brilho e mortes.
As luzes apagadas, eu ali no quarto, vendo o final da série, quando surge um caminhão de mudança, que sai do condomínio Barra Diamond com uma familia despedaçada que volta para o bairro da Penha, e Gal começa a cantar “O Que É Que Há”. Corri para o computador e só posso dizer isso – Gal salva a cena. Gal cantará sempre.
Não se pode ter tudo, né? A batalha da vida é essa, é lutar contra a obediência, contra o mal. Custa muito. Mas enfim, cada um em seu condomínio.
Kapetadas
1 – A cada “só se vive uma vez”, um arrependimento. Ou um alivio?
2 – O bom de ter várias redes sociais, é que fica uma para cada personalidade.
3 – Som na Caixa: “Meu nome é Gal”, Erasmo e Roberto Carlos
Veja aqui Gal Costa | O Que É Que Há (Vídeo Oficial)
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OPINIÃO - 22/11/2024