Ferramenta criada no IFPB monitora ilícitos ambientais em terras indígenas

Equipe do Projeto IndiMap, do IFPB

 No primeiro semestre de 2023, um grupo de pesquisadores do Mestrado Profissional em Tecnologia da Informação do IFPB Campus João Pessoa desenvolveu o projeto IndiMap, ferramenta que tem o propósito de divulgar e combater ilícitos ambientais em terras indígenas. Utilizando dados geoespaciais para monitorar e divulgar em tempo real focos de queimadas e desmatamentos em terras indígenas brasileiras, o projeto pode ter grande impacto social, tecnológico e científico.

O trabalho foi desenvolvido durante a ministração de duas disciplinas do mestrado: Engenharia de Software e Banco de Dados. “O projeto tem alcance e interesse mundial, pois trata de uma temática muito sensível, que são os ilícitos em terras indígenas do Brasil”, frisa o professor Francisco Petrônio Alencar, integrante da equipe de pesquisadores do projeto.

A proposta do IndiMap é divulgar em tempo real possíveis ocorrências ambientais em terras indígenas brasileiras, como queimadas e desmatamentos ilegais. O projeto integra diversas fontes de dados abertas para gerar uma plataforma web e divulga as informações nas principais redes sociais.

Como a ferramenta gera e publica imagens e vídeos de mapas que mostram os locais das ocorrências, em muitos casos, é possível visualizar o antes e depois das áreas afetadas, mostrando a degradação ambiental.

O projeto foi desenvolvido pelos estudantes do Mestrado de TI: José Mário Fraga Miranda, Yuri Feitosa Negocio, Samara da Silva Brito, Juan Cássio Oliveira Marques, Rayllon Soares Pessoa e Rodrigo José Silva de Almeida; o estudante do curso superior de Sistemas para Internet, Wellington Pessôa de Lima Filho; e os professores Francisco Petronio Alencar de Medeiros e Juliana Dantas Ribeiro Viana de Medeiros.

Proteger as florestas e as terras indígenas brasileiras, combatendo o problema das queimadas e desmatamentos ilegais, foi a principal motivação para criar o projeto IndiMap. “A degradação ambiental causada por essas atividades impacta negativamente a biodiversidade, o solo, o clima e a saúde humana. Através do monitoramento e da divulgação em tempo real desses eventos, o projeto busca conscientizar e promover ações efetivas de proteção ambiental em terras indígenas”, explica o mestrando José Mário Fraga Miranda.

A utilização da ferramenta também visa facilitar o acesso aos dados e informações sobre queimadas e desmatamentos e, assim, auxiliar pesquisas futuras e o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes. “A preservação das florestas, a sustentabilidade socioambiental e a proteção dos direitos indígenas são pilares fundamentais da motivação que levou a esse trabalho”, reforça José Mário.

Por meio do processamento e análise de dados geoespaciais, o Indimap gera notificações precisas que são publicadas nas redes sociais como Twitter, Instagram e TikTok, além da plataforma web própria. Como a ferramenta foi projetada para levar a informação da forma mais simples e clara possível, mesmo pessoas com pouco ou nenhum conhecimento em geotecnologias pode visualizar e entender o que está ocorrendo nas terras indígenas do Brasil.

“O Indimap, facilita e democratiza o acesso à informação. Se por um lado os complexos algoritmos fazem a integração de várias fontes de dados, por outro, estes mesmos dados são apresentados de forma simplificada e amigável”, comenta José Mário. Ao monitorar e compartilhar informações 24 horas por dia, 7 dias por semana, as notificações sobre ocorrências são divulgadas em tempo real.

No dia 09 de julho, a plataforma disparou um alerta de um incêndio de grandes proporções na terra indígena do Parque do Araguaia. “Com um único alerta foram detectados 293 focos de incêndio, isso é uma tragédia e precisa ser noticiada. Foram centenas de hectares de cerrado consumidos pelo fogo em poucas horas”, revela José Mário. A informação está disponível no endereço da plataforma: https://indimap.org/n/17760.

Ao promover o acesso a essas informações, o projeto IndiMap pode levar à preservação ambiental e à conscientização social. “Nós queremos mostrar às pessoas, especialmente para os jovens, o que está acontecendo diariamente em cada uma das terras indígenas do Brasil. Por isso, um dos focos do sistema é a integração com as redes sociais”, ressalta José Mário.

Para saber mais sobre o IndiMap e acompanhar as últimas informações sobre os ilícitos ambientais em terras indígenas brasileiras, basta visitar o site oficial do projeto: www.indimap.org.

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