João Pessoa, 20 de julho de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pedro e Mariano estudavam na mesma escola de Letícia. Começaram juntos no infantil até o fundamental. Beirando as onze primaveras, os dois meninos criaram entre si um joguinho de apostas que consistia em contar quantas calcinhas eles viam durante o turno em que permaneciam na aula.
Naquela época o fardamento escolar feminino era composto de blusa e saia, e Letícia se destacava porque era a que mais dava lance, mostrando a calcinha involuntariamente. E os apostadores já sabiam a cor de sua predileção: branca!
– Você viu, Pedro? Hoje ela veio de bunda rica branca.
– Claro, ela só usa branca!
E assim, a diversão dos dois amigos se alongava da aula até o horário da merenda.
Eis que um dia, Pedro viu Letícia ser conduzida pela professora para uma das salas da escola. O que será que ela aprontou? Curiosidade aguçada, foi até a janela da sala onde estavam aluna e a professora e pôde ver Letícia sentada com as pernas entreabertas e, para seu espanto, nesse dia a calcinha que visualizou era vermelha! Hoje eu ganho a aposta de Mariano!, falou com seus botões.
– Mariano, qual a cor da calcinha de Letícia hoje?
– Ora, tolo, é branca, como sempre – respondeu convicto .
Pedro explodiu numa gargalhada e com ar vitorioso retorquiu:
– Vermelha, mané, hoje ela veio de calcinha vermelha!
A alegria de Pedro durou pouco, mais precisamente até o momento que ouviu Mariano explicar:
– Eu ouvi a professora falar com a mãe de Letícia pelo telefone, e ela disse que a menina tinha tido a menarca. Eu não sei o é, mas tem a ver com a cor vermelha que manchou a calcinha branca.
* Texto escrito para o Clube do Conto da Paraíba (15.07.2023)
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