João Pessoa, 23 de julho de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
“O YouTube anunciou uma nova ferramenta que permite fazer dublagens em outros idiomas de forma automática. A novidade se chama Aloud e usa inteligência artificial generativa para compreender o conteúdo dito no vídeo e criar a dublagem sem necessidade de interferência humana. O recurso foi revelado durante a VidCon 2023 e seu desenvolvimento é feito em parceria com a Area 120, incubadora de novidades do Google”
Essa notícia saiu esses dias no site Terra e assustou uma classe de trabalhadores logo de cara, os dubladores. A oferta já está sendo chamada de “inteligência artificial degenerativa” por ameaçar aniquilar anos de uma profissão tão linda.
Num futuro bem próximo, algo em torno de meses, dublagens usando IA podem expandir o público dos criadores no mundo inteiro sem a necessidade de recorrer a narradores humanos ou aplicativos de terceiros, por exemplo. Além disso, a tecnologia será aperfeiçoada para se assemelhar à própria voz do criador e seus movimentos de boca e lábios. Ou seja, Tom Cruise falará automaticamente em russo, chinês, português, alemão e qualquer língua escolhida através do seu controle remoto. Para combater o uso indiscriminado de vozes artificiais, saiu um artigo na Folha que dizia que para enfrentar essa batalha, sob o lema “não roubem nossas vozes”, cerca de 20 associações e sindicatos de Europa, Estados Unidos e América Latina criaram a Organização das Vozes Unidas, a OVU, que incentiva projetos de lei para harmonizar a inteligência artificial e a criação humana. Ou seja, se não podem combater o inimigo, juntem-se a ele.
Há uma força tremenda nessa Tsunami contra os trabalhadores da dublagem, praticamente será inútil combater um gigante tão colossal e tão próximo, pois basta a assinatura arrebatadora de um grande ator ou de um humano por trás da voz original de um “big” anime permitindo tal replicação para detonar toda uma outra espécie já em alerta de perigo de extinção. É uma luta árdua e desigual da voz com alma contra a voz sem alma alguma.
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OPINIÃO - 22/11/2024