João Pessoa, 29 de julho de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
(para as meninas Vera e Glaciane)
Pode haver um modo que explique o amor e não há modo nenhum, nem na repetição da frase em inglês, que eu adoro dizer – I love you, verga das imagens diversas nas narrativas dirigidas em papeis, mensagens ou ditas no ouvido, como a autêntica afirmação do Eu te amo.
“É tão lindo e raro ouvir essa palavra nos dias de hoje…quanta responsabilidade”, disse uma moça numa mensagem ao K
Passo a passo e tudo passa, amar ainda é o melhor negócio, sem preconceito, é claro.
Pode haver aquela maneira, de qualquer maneira sempre valerá a pena, de não precisar traçar uma explicação possivelmente tão mais cómoda e feita às naturezas da gente, o amor nasce, morre, porque são muitos amores e um dia se vai.
Amar um amigo, um homem ou uma mulher e assim continuarmos, seremos inteiros com os poucos que amamos, porque nem todos conseguem amar.
Ainda hoje tenho amor por pessoas que não vejo há anos, mas quando por acaso o sol se cansar e nos permitir o encontro na chuva, aí volta tudo e nesse voltar, o melhor é amar sem verbos, só amar sem essa de dizer “eu juro, eu te amo desde que nasci”.
Numa postagem, vi que um beijo na boca de dois artistas, durante o show da banda inglesa The 1975, em Kuala Lampur, levou o cancelamento de um Festival de Música na Malásia. Isso foi a semana passada.
O beijo foi dado pelo vocalista Matty Healy no baixista Ross McDonald (foto), que durou apenas 20 segundos e foi o suficiente para que as autoridades encerrassem o show, e não permitissem a sequência do festival. Puxa vida, a obtusidade destrói tudo.
É assim: a cena de amar tende a levantar a sacudidela dos preconceituosos, aqui ou lá na Malásia, onde a homossexualidade é crime e pode levar a vinte anos de prisão.
A vida de cada um não interessa a ninguém, metidos em que estamos nessa bateria de sistemas políticos, que antes, quando eu era garoto, no Brasil, se dizia ser doença a homossexualidade e, somente há 33 anos, a OMS removeu homossexualidade da lista de doenças, mas na Malásia é crime.
É como se a vida de cada um, fosse da conta dos outros. Não é, nunca foi.
Kapetadas
1 – Ninguém é mais ou menos do que ninguém, todo mundo é único.
2 – Taí uma coisa que o Brasil não conseguiu tropicalizar: o preconceito
3 – Eu não iria de pink ao cinema nem que o filme tivesse roteiro de Guimarães Rosa.
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OPINIÃO - 22/11/2024