João Pessoa, 21 de dezembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Fogo de monturo é bicho perigoso, alertava dona Nuita, desde cedo, recomendando aos netos cuidado de não queimar as ramas secas amontoadas no quintal da gente lá na Rua Ana Rocha, na minha República de Marizópolis.
Faísca com semelhante poder inflamável temido pela sábia avó desabou de mata adentro no PMDB da Paraíba pelas mãos do deputado Manoel Júnior, expoente conhecidíssimo pelo perfil obediente e DNA exageradamente maranhista.
No manifesto publicado ontem, Manoel constesta elegante e contundentemente o estilo ‘mão de ferro’, ‘concentrador’ e ‘coronelista’ adotado pelo ex-governador Maranhão, cujo comando tem colocado os aliados em posição de acocoramento.
O ‘protesto’ reivindica espaço para as forças e lideranças com voto, mandato e representatividade e delineia com cores vivas a caricatura política de Maranhão, ao ilustrar o texto com os adjetivos ‘caciquismo’, ‘nepotismo’ e ‘continuísmo’.
Sangue no olho, Manoel resolveu assumir os riscos e com seu shofar anuncia aos quatro cantos um PMDB que pede passagem para marchar no passo da natural e necessária renovação e conformação de forças, costume e métodos.
Entretanto, nos próximos capítulos o ‘manifesto’ deve explicar uma curiosidade geral da ágora paraibana: por que os arautos de hoje silenciaram até enquanto o mesmíssimo Maranhão detinha generoso e aquecido cobertor? Ôh perguntinha chata…
Fase… –
Ao ler o manifesto, peemedebista taludo, em contato com a Coluna, manifestou respeito pela postura de Manoel Júnior, mas avaliou como inoportuno o momento do brado.
Delicada –
O expoente concorda com a renovação, porém defende respeito ao ‘momento’ de Maranhão, que vive ainda o rescaldo da derrota e o desconforto da rejeição do Planalto.
Exposição da crise e os efeitos –
Até os interessados na diminuição da ocupação maranhista nas instâncias partidárias viram com certa cautela a deflagração do movimento “Novo PMDB”. Os mais ponderados acham que a exposição do problema tende a fragilizar a legenda como um todo e que o mais prudente é discutir internamente os desafios e mudanças inadiáveis.
Rota de colisão –
Depois da secretária Tatiana Medeiros (PMDB), agora foi a vez do prefeito Veneziano Vital (PMDB) não se quedar às repetidas críticas à gestão municipal de saúde desferidas pela deputada e pré-candidata a prefeita de Campina Grande, Daniella Ribeiro (PP).
Sintonia até nos recados –
“Se reproduzir esse discurso lugar-comum da oposição, ela terá dificuldades. As pessoas podem questionar: será que ela está defendendo o grupo dos 20 anos? É um equívoco grande”, disparou Veneziano, no mesmo tom de Tatiana. Afinadíssimos…
É pra rir… –
Pra ser sincero, foi hilário ouvir ontem o ex-governador Maranhão alfinetando o aumento do governo. “Foi um escárnio. Isso é realmente uma traição ao servidor”.
…Ou pra chorar –
Maranhão, famoso por pagar em dia, mas não conceder um centavo de reajuste, mandou ver: “Quando chegou a hora de fazer o que prometeu, ele deu as costas ao servidor”.
Amnésia –
“Ele está se caracterizando por essa natureza. Ele não gosta de servidor”, flechou Maranhão, provando, por vias turvas, que realmente não é de se apegar ao passado.
Equilíbrio –
O líder do governo, Hervázio Bezerra (PSDB), cobrou serenidade de certos sindicalistas. “É preciso reconhecer o esforço do governo de começar a reposição”.
Só Jesus… –
Como era de se esperar, segmentos da oposição na Assembléia protestaram até contra o aumento salarial. “Foi um aumento de goela abaixo”, disparou o Frei Anastácio (PT).
É só chamar –
Bastou ouvir o galo cantar, o deputado Wilson Filho (PMDB) mandou dizer que o pai está à disposição e com tempo sobrando para ser presidente do “novo’ PMDB.
Insistência na dobradinha –
Vinte dos 37 membros da direção do PT de João Pessoa encaminharam ontem documento pela aliança com o PSB, como preceitua o calendário eleitoral do partido.
Parque –
Em Campina, o governador Ricardo confirmou a meta de começar em 2012 as obras de urbanização do Açude de Bodocongó, obra que oferecerá nova opção de lazer à cidade.
Pelo lado positivo –
Chegou a ser comovente a obstinação do vereador pessoense Geraldo Amorim (PDT), em discurso para as cadeiras vazias. Pelo menos, se livrou de alguns chatos apartes.
Biotônico –
No seio da oposição há uma plena certeza de que aquele aceso e intrépido deputado de outras épocas ficou ‘mudo’ mediante fortes doses daquele velho e infalível fortificante.
PINGO QUENTE – “Ele não fez uma defesa do funcionalismo”. Do vereador Bira Pereira (PSB) refutando as críticas do deputado Luciano Cartaxo, ex-vice de Maranhão, contra o aumento concedido pelo governo aos servidores.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024