João Pessoa, 07 de agosto de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Estimado leitor,
Caso você não tenha conhecimento de que entre os dias 01 e 06 de agosto, a cidade de Lisboa (Portugal) recebeu 1,5 milhão de pessoas para o maior encontro mundial da juventude católica, não se sinta deslocado. Os veículos de comunicação nacional não deram a devida relevância a esse evento de ressonância similar a uma copa do Mundo ou Olimpíadas.
Como jornalista católico, cabe a mim em sintonia com os irmãos que atuam na comunicação, ressaltar a beleza e os frutos que a Jornada Mundial da Juventude irá perscrutar nas microrealidades em que cada peregrino se faz partícipe.
Inicialmente, frise-se, a JMJ é a festa da fraternidade. Qual grande celebração de massa reúne tanta gente sem registros de violência e desordem? Com tamanha organização e senso de responsabilidade coletiva?
É impactante ver centenas de milhares de jovens louvando madrugada adentro em contraponto às seduções efêmeras da cultura do relativismo e da liquidez dos valores. A JMJ é um espaço de reafirmação do compromisso evangélico de defesa da dignidade bumana e promoção do bem comum. Para além disso, é a face visível de uma Igreja repleta de vivacidade e pluricarismática.
As expressões de religiosidade que se aglomeraram advindas de quase 200 países recorda a universalidade da mensagem de Jesus, com potencial de provocar um verdadeiro êxodo existencial e ressignificar a própria noção de pertencimento em contextos excludentes.
Na sociedade em rede, permeada por transformações socioculturais, o Papa Francisco tenta suscitar nos jovens, um protagonismo pautado na essência do serviço. Em discursos inspiradores, em especial na Vigília e na Missa de envio, destacou que também a espiritualidade está interligada à coragem de se contrapor às injustiças, obstáculo à cultura de paz!
Assim como a barca de Pedro, tensionada por solavancos e tempestades, não se pode ignorar o fato de que assumir uma vivência cristã autêntica e radical é bastante desafiadora às práticas juvenis na contemporaneidade.
Atrelado a tal contexto, Francisco não empreende um pré-julgamento ancorado em ações pretéritas, ao contrário, sua teologia prefigura um modelo de Igreja tal qual hospital de campanha: acolhedora e sensível às dores humanas.
Por fim, os jovens católicos já têm uma importante agenda pela frente: o Jubileu de 2025, que deve reunir 35 milhões de fiéis durante todo o Ano Santo. Até lá, a alegria do evangelho deve irradiar por todos os recantos à luz da própria convocação de Jesus: “o que escutais ao ouvido, pregai-o sobre os telhados” (Mateus 10, 27).
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