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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Continua lindo

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publicado em 12/08/2023 ás 07h00
atualizado em 12/08/2023 ás 08h36

(Rio de Janeiro) Se eu pudesse moraria aqui no Rio até o último dia, não porque o Rio de Janeiro continua lindo. Visto de perto ou de longe, de preferência, do alto, de um avião, “seu corpo todo balançar Rio de Sol, de céu, de mar dentro de mais um minuto estaremos no Galeão”, como está na canção de Jobim, só aumenta a vontade de ficar  aqui.

Não porque é a Cidade é Maravilhosa. Sempre foi. Não porque é a melhor da cidade América do Sul, como está na canção do Caetano.

O Rio não é apenas o Rio, são vários afluentes, influentes, ilhas, sentimentos sobre o olhar das estátuas de Drummond, Jobim e Clarice Lispector. A de Clarice (foto) eu gosto mais, ela está sentada me esperando com seu cachorro, na praia do Leme. Caymmi é logo ali, com seu violão, uma estatua bonita, bem em frente ao mar, passagem obrigatória pra quem está em Copacabana.

Brinco pra não chorar no Rio, só alegria. Amo o Rio de Janeiro. Todas às vezes que visitei a cidade – e não foram muitas, é  bem divertido e feliz (o que é ser feliz, Ana Cláudia Penazzi?). Sei que não estou sozinho neste amor imenso pelo Rio.

Aqui, ninguém sabe quem sou eu, muito menos quem foi minha mãe, meu pai e eu não preciso que outras pessoas me sigam. O Rio já é o caminho. Rio são tantos, tantas, como todas as mães, como todos nós.

Para que serve esse amor? Serve para tudo, mas a cidade como todas as outras, vem sendo ocupadas por moradores de rua. Algo que se possa resolver com calma, com alguma consciência, porque não só acontece no Rio,  em São Paulo e a orla de João Pessoa, nem se fala.

As cenas de Copacabana de manhã cedinho são carregadas de sentimentalidades, de pessoas idosas andando com seus cachorros e fazem isso com tanto amor. As orquídeas grudadas nas árvores de Ipanema e do Leblon,  é uma luz na civilização. A rua Vinícius de Moraes é tão bonita. Do jeito dele.  

Seria preciso impor um certo delírio,  o meu delírio, para que eu ficasse no Rio – em vez de espaço, tempo. Viver é uma prontidão e dentro de mim tudo balbucia, dentro de mim, mais alegria. Quero o instante de agora que me localizo no mundo – braços abertos para o Redentor.

Simbora aproveitar o Rio, que domingo tem o show “Transa” de Caetano Veloso e a vida passa depressa demais, mas tudo é muito mais.

Kapetadas

1 – O mais perfeito APP pra nos envelhecer chama-se longevidade. Leva décadas pro download.

2 – Disparate: bala perdida do raciocínio.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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