João Pessoa, 20 de dezembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Não precisa ser vidente para prever que as viúvas da velha ordem vão torcer a boca, arranjar defeito e, através dos seus porta-vozes, empreender esforços a diminuir o impacto do aumento do funcionalismo anunciado pelo governo ontem.
Aparecerão os profetas do caos para encontrar defeito, dizer que a elevação nos salários dos servidores não é mais que a obrigação e que só chegou em hora para diminuir o mal-estar com determinadas categorias do funcionalismo.
A verdade é que a o reajuste proclamado pelo governador Ricardo Coutinho foi uma balde de água fria nos arautos do luto e descredenciou o difundido discurso de que a atual gestão estava completamente perdida, sem sul e sem norte.
Qualquer leigo reconhece que só é possível chegar a um incremento na folha de R$ 23 mi/mês com planejamento e equilíbrio das contas, o que foi feito durante todo o ano, enquanto a caravana do atraso surfava no desgaste do remédio amargo receitado.
O reajuste não deve ser visto apenas do ponto de vista do dinheiro no bolso das categorias mais sacrificadas e essenciais. Ele refletirá avanços que serão sentidos no dia-dia de quem busca e merece melhor segurança, saúde e educação públicas.
Ricardo dá uma lição em setores mofados da classe política paraibana, acometidos do histerismo infértil, e ensina que governar é também ter coragem de palmilhar solitário íngreme e estreita estrada para alargar caminhos mais adiante.
Segurança –
A base da Polícia Militar, o soldado que está nas ruas para defender o cidadão, terá ganho real de R$ 260 no salário. A Polícia Civil teve aumento considerável de 16%.
Magistério e Saúde –
Na educação, o governo teve a sensibilidade de aumentar o piso para R$ 1.303, diversificando reajustes a partir da qualificação. Na Saúde, os índices chegaram a 14%.
Sem mágica e milagres –
“Nós trabalhamos para recompor os salários dos nossos servidores. No primeiro momento, pedimos a compreensão do servidor. Temos a consciência de que não vamos tornar nenhum servidor rico ou milionário”, disse Ricardo Coutinho, antes de anunciar a tabela de aumento do funcionalismo, durante seu programa semanal de rádio.
Arrocho financeiro –
O governador explicou que só foi possível chegar a esse patamar de reposição salarial devido ao rigor absoluto empreendido nas finanças da Paraíba, quando recebeu o Estado com quase 58% de comprometimento da folha, bem acima do limite prudencial da LRF.
Chiadeira na Saúde –
Para a presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde, Wanda Celi, os percentuais de reajuste de 14,12% não contemplam os interesses nem a necessidade das categorias que ela representa. Imagine o que a sindicalista pensava do jejum dos governos Maranhão.
Condição –
O deputado André Gadelha (PMDB) só topa disputar a Prefeitura de Sousa se a decisão for consensual e se até o final do ano perceber empenho do clã Gadelha e de seu grupo.
Pra já –
Em conversa com a Coluna, o peemedebista mandou recado curto e grosso: “Espero um gesto de apoio irrestrito do meu grupo em breve. Não serei candidato de última hora”.
Dissidência –
Já o empresário Renato Gadelha embaralhou o jogo. Reafirmou sua candidatura e defendeu pesquisas qualitativas, não quantitativas, como critério de escolha do nome.
Emendas –
O secretário de Planejamento, Gustavo Nogueira, mantém expectativa positiva para a votação do Orçamento 2012 hoje. “Os deputados vão enriquecer a proposta aí posta”.
Guiness –
A Paraíba pode eleger nas eleições de 2012 o maior e o menor vereador do Brasil. Em Assunção, o gigante Ninão será candidato. Na Capital, o anão Santino quer uma vaga.
Rebelião –
O deputado Manoel Júnior (PMDB) cansou. Confessou que será um dos autores do protesto contra a exaustão dos dez anos de comando maranhista na condução do PMDB.
Primeira mão –
O manifesto agora tornado público por Manoel Júnior foi antecipado nesse espaço há mais de um mês. O alerta da Coluna foi emitido no dia 12 de novembro passado.
Sonhador –
Depois de rasgar elogios ao governo Ricardo, o prefeito de Algodão de Jandaíra, Isac Rodrigues (PMDB), pregou ontem uma aliança estadual entre seu partido e o PSB.
Substituição –
Com a morte do titular Paulo Conde, o prefeito Luciano Agra (PSB) nomeou o adjunto Ednaldo Ribeiro para assumir o comando da Secretaria da Receita Municipal na Capital.
Missão –
Eleito novo presidente do PMDB Jovem, o deputado Hugo Motta anunciou disposição de convocar a juventude do partido na Paraíba para discutir idéias e políticas públicas.
PINGO QUENTE – “O PMDB Nacional não é fisiologista”. Do presidente nacional do PMDB Jovem, Gabriel Souza, tentando tapar o sol com a peneira e negar o óbvio mais ululante da política brasileira contemporânea.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024