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Educador físico, psicólogo e dvogado. Especialista em Criminologia e Psicologia Criminal Investigativa. Ex-agente Especial da Polícia Federal Brasileira, sócio da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas e do Instituto Brasileiro de Justiça e Cidadania. Autor de livros sobre drogas.

Ajudando a vencer a timidez

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publicado em 29/08/2023 ás 07h00
atualizado em 29/08/2023 ás 07h28

As pessoas tímidas são retraídas, pois a timidez é uma emoção que afeta a forma como elas se comportam em relação aos outros, advindo com isto dificuldades para iniciarem uma conversa ou um relacionamento, uma vez que este(a)s, normalmente sentem-se desconfortáveis, nervoso(a)s, e também inseguro(a)s.

A timidez em si, não é considerada uma doença, embora esta possa evoluir para patologias como: fobia social (timidez patológica), depressão etc. Muitas vezes está associada à baixa autoestima e ao medo de ser criticado(a). As pessoas tímidas imaginam que estão sendo mal vistas, sem que haja, necessariamente, um julgamento expresso ruim a respeito delas.

O psicólogo Natal Marsari, enumera três tipos de timidez: timidez situacional, quando a pessoa até consegue se relacionar bem com os outros, mas sente vergonha de falar em público; timidez crônica, que caracteriza-se por afetar todo o convívio social; e, por último, a proposital, que tem como característica o fato de a pessoa envergonhar-se de si mesma, tornando-se antissocial.

Comumente as pessoas muito tímidas são afetadas por uma série de prejuízos como: perda de oportunidades de emprego; deixar de frequentar lugares que gostaria; receio de expor suas opiniões e, por vezes, podem deixar de resolver seus próprios problemas.

A maioria dos estudiosos concorda que não há uma causa única para a timidez, e, embora fatores como hereditariedade e personalidade tenham influência nessa emoção, ela está mais relacionada ao ambiente social compartilhado pelo indivíduo, especialmente durante a infância e adolescência (educação rígida, eventos estressantes, falta de oportunidade para o treinamento de habilidades sociais etc.).

Para ajudar a minimizar e possivelmente até eliminar esse acanhamento prejudicial, segue algumas dicas úteis elencadas em alguns estudos:

  1. Não se compare com outras pessoas. Assuma sua própria personalidade, sendo você mesmo(a), e tente agir com naturalidade; b) Aprenda a dizer não. Sabendo dizer “não” você estará impondo a sua vontade. Comece com coisas simples como, não pegar folhetos que te oferecem nas ruas se não estiver com vontade. Também não pague os 10% de serviço do restaurante, quando não for bem atendida(o), só porque tem vergonha de falar não; c) Se o seu colega de trabalho lhe apresenta uma rifa ou similar, e você não está querendo comprar, não compre, apenas fale com educação que não quer. Não importa se a pessoa que está lhe oferecendo o indesejado faça cara feia. Só não confunda dizer não com ser mal educado(a). Há várias formas de dispensar o indesejado com elegância. Na maioria das vezes, um simples “não, obrigado” é suficiente. Outra coisa, nada de ficar justificando o seu “não”. Você não quer e pronto. Não precisa entrar em detalhes. Evite dizer coisas do tipo: “não, eu não quero comprar esse docinho porque eu estou de dieta”. Ninguém precisa saber o seu motivo, isso é pessoal demais para ser compartilhado com uma pessoa que está lhe oferecendo algo que não foi solicitado; d) Não fuja dos olhares. Quando alguém olha para você, você abaixa os olhos ou vira a cabeça? Essa é uma atitude típica do(a)s tímido(a)s. Pare de fugir dos olhares! A comunicação não é só verbal. Contatos visuais são expressões muito importantes para se comunicar, e fugir de olhares demonstra submissão; e) “Confie no seu taco”, confiar em si mesmo(a) é um enorme passo para vencer a timidez. O problema é quando você mesmo(a) se acha uma pessoa desinteressante. Vá à luta! Não espere que apenas a outra pessoa reconheça em você qualidades que você mesmo desconhece. Reflita sobre as suas qualidades e as valorize. Essas qualidades existem e você precisa reconhecê-las. Pare de pensar que você não é tão bom(a) quanto fulano(a). Pensar que a grama do vizinho é sempre mais verde que a sua, não tem nada a ver com a personalidade que faz sucesso com as companhias. Se você demonstra estar seguro(a) consigo mesmo(a) e mantém-se firme em suas opiniões, você recebe o respeito e admiração de todos e todas; f) Descubra novos ambientes e experiências. Não fique só do trabalho para a casa e da casa para o trabalho ou para a faculdade. Faça aula de dança, conheça outra cidade, estado ou país, aprenda a falar um novo idioma, pratique um esporte que você gosta, vá à balada etc.

Comece gradativamente a praticar estes e outros pequenos gestos e ações, e, depois de algum tempo, verá que a habilidade em se comunicar e o carisma passarão a fazer parte da sua personalidade, e você se aproximará das outras pessoas com tanta naturalidade que vai rir da época que ficava vermelho(a) e gaguejava ao tentar abordar alguém. O fato é que, da mesma forma que não nascemos sabendo como dirigir um carro, ou tocar um instrumento musical, comumente também não nascemos com as habilidades da empatia e da comunicação com os nossos pares, mas, com disciplina e ação será possível aprendermos estas importantes e necessárias estratégias de relações sociais.

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